(ANSA) – Qualquer pessoa que já teve um filhote de cachorro sabe como as pessoas tendem a se portar em frente dos pequenos cães: todos falam com aquela “voz de bebê”.
E apesar das críticas de alguns, dirigir-se aos cachorros com essa entonação – tom de voz agudo, com palavras pronunciadas mais lentamente e melódicas – realmente funciona com os cachorros, é o que aponta um estudo feito pela Universidade de Saint-Etienne da França.
A primeira conclusão que chegaram os especialistas é de que as pessoas tendem a tratar espontaneamente todos os cachorros como se fossem bebês. No entanto, o “estilo” só funciona com os cães filhotes, já que os cachorros adultos demonstraram indiferença quanto ao “baby talk”.
Para verificar isso, 30 mulheres leram frases como “Muito bem garoto” e “Vem aqui doçura”, enquanto olhavam fotos de filhotes caninos. Depois, as voluntárias também disseram as frases olhando fotos de pessoas. Ali comprovou-se que para os filhotinhos, as mulheres alçavam suas vozes para tons mais altos e musicais, enquanto para humanos elas pronunciaram as frases com suas vozes normais.
A melhor explicação para essa reação é a teoria do “baby schema”, a qual afirma que as características de um bebê humano e de um filhotes canino, como olhos grandes, cabeça grande e bochechas redondas induz o cérebro humano a um sentimento de “fofura”. Isso ajuda a unir os pais com os bebês e a conduzi-los a passar mais tempo com seus filhos, um recurso quase ‘evolutivo’ da natureza.
Já para os animais, os especialistas os submeteram apenas a escutar os sons. E o resultado mostrou que 10 em 10 filhotes reagiaram imediatamente aos comandos com a “voz de bebê”, de maneira enérgica, abanando os rabos e procurando de onde vinha a voz. Já os cães adultos mostraram indiferença com o “baby talk” e ignoraram as gravações de voz.
Talvez os resultados dos cães adultos fossem diferentes se as chamadas tivessem sido feitas por pessoas presentes na sala, ao invés de colocar apenas a voz, ou se o teste tivesse sido feito com vozes familiares. Isso porque a dedução dos cientistas é de que os animais adultos tendem a ser mais seletivos e a obecederem apenas àqueles que já possuem alguma relação de afeto.
O coordenador do estudo, Nicolas Mathevon, acredita que provavalemente o “baby talk” ajuda os filhotes caninos a aprenderem novas palavras, um pouco semelhante ao processo de aprendizagem dos bebês.
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