O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, um dos cinco presos na Operação Contragolpe, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta quinta-feira (28). O depoimento, que começou por volta das 14h, ocorre dez dias após sua prisão preventiva no Rio de Janeiro.
Segundo seu advogado, Jeffey Chiquini, o militar buscará “esclarecer todos os questionamentos” feitos pela PF. Uma coletiva de imprensa está prevista para amanhã (29), no Rio de Janeiro, para discutir a suposta participação do tenente-coronel em uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A Polícia Federal afirma que, a partir de novembro de 2022, Azevedo, juntamente com o general da reserva Mário Fernandes, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, e o policial federal Wladimir Matos Soares, participaram de “ações operacionais ilícitas”. Essas ações, segundo a PF, incluíam um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O objetivo, de acordo com as investigações, era “impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da Democracia e do Poder Judiciário brasileiro”.
É importante destacar que, dos cinco presos na Operação Contragolpe, Azevedo é o único que não figura entre as 37 pessoas indiciadas pela PF na última quinta-feira (21) por tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais. A PF já entregou à Procuradoria-Geral da República um relatório com provas da participação de Azevedo, referido como “Kid Preto” (membro das Forças Especiais do Exército), em uma ação clandestina em 15 de dezembro de 2022, que visava a “prender/executar o ministro Alexandre de Moraes”.
A prisão dos cinco militares ocorreu com a autorização do próprio ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF. A defesa de Azevedo afirma que o militar irá colaborar com as investigações e que as acusações são infundadas. A Operação Contragolpe segue em andamento, com investigações em curso para apurar a extensão da conspiração e a responsabilidade de cada um dos envolvidos.
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