Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou detalhes de uma suposta trama golpista que visava o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nos meses de novembro e dezembro de 2022. O inquérito aponta para o monitoramento dos movimentos de Lula por agentes do Estado, apelidados de “kids pretos”, principalmente nas proximidades do Hotel Meliá, em Brasília, onde Lula se hospedou durante a transição de governo.
Monitoramento Intensificado: O foco da vigilância ilegal se concentrou em Lula e em seu entorno. Dois indivíduos sob investigação, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o capitão Lucas Guerellus, foram identificados como participantes das ações de vigilância próximas ao hotel. A PF destaca a gravidade dessas ações, consideradas uma violação à segurança do então presidente eleito.
Infiltração na Segurança: A investigação identificou a participação do policial federal Wladimir Matos Soares, que foi indiciado e preso. Soares, segundo a PF, adotou os ideais golpistas e repassava informações sigilosas sobre a segurança de Lula. “Conforme demonstrado, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal do então presidente Jair Bolsonaro, que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas,” afirma o inquérito. Esse ato de infiltração demonstra um nível de comprometimento com o esquema golpista.
Plano de Assassinato: A Operação Punhal Verde Amarelo, de acordo com as descobertas da PF, incluía a possibilidade de assassinato de Lula e Geraldo Alckmin, recebendo os codinomes de “Jeca” e “Joca”, respectivamente. O relatório sugere que o plano contemplou até mesmo o envenenamento ou o uso de substâncias químicas para provocar um “colapso orgânico” do presidente eleito.
Conexão com Bolsonaro: O inquérito também destaca a ligação entre Soares e o assessor de Bolsonaro, Sérgio Cordeiro. Após receber mensagens apagadas posteriormente por Cordeiro, em 20 de dezembro de 2022, Soares teria enviado uma mensagem: “Estou pronto!”. Essa comunicação reforça a conexão direta entre a trama golpista e o ex-presidente. A PF também alega que o policial enviou uma foto do Delegado da Polícia Federal Cleyber Malta Lopes, “O mencionado Delegado atuou como o Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal que atuou na segurança da cerimônia de posse do presidente da República”.
Outras Investigações: A investigação da PF sobre o plano golpista é ampla e detalhada. Outras apurações indicam que Bolsonaro atuou de forma “direta e efetiva” para tentar um golpe, e que o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, teve participação concreta em atos golpistas. A investigação também revela que anotações do general Augusto Heleno continham diretrizes estratégicas contra as urnas eletrônicas.
Conclusão Parcial: A PF concluiu que o monitoramento de Lula foi parte de uma estratégia golpista maior, reforçando a gravidade das ações investigadas e a necessidade de apurar responsabilidades.
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