A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (4 de dezembro de 2024) a Operação Calábria, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro. A ação contou com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e resultou no cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Eusébio, Aquiraz (todos no Ceará) e Natal (Rio Grande do Norte).
A operação foi deflagrada a partir de uma denúncia da Guardia di Finanza, a polícia financeira italiana. A denúncia relatava movimentações financeiras suspeitas entre a Itália e o Brasil, com a suspeita de envolvimento de cidadãos italianos ligados a uma das maiores organizações criminosas da Itália.
As investigações da PF revelaram um complexo esquema de lavagem de dinheiro. Contadores e advogados estariam envolvidos na abertura e administração de empresas de fachada, muitas delas registradas em endereços únicos ou inexistentes. Essas empresas eram utilizadas para transferir recursos ilícitos provenientes da Europa para o Brasil, com foco no estado do Ceará.
Segundo a PF, o objetivo da organização criminosa era não apenas lavar dinheiro no Brasil, mas também facilitar a obtenção de vistos de investidor e até mesmo a cidadania brasileira para estrangeiros envolvidos no esquema. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça autorizou a suspensão das atividades das empresas investigadas e a suspensão dos vistos de investidor dos estrangeiros suspeitos.
Os crimes investigados incluem lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, crimes financeiros e crimes contra a ordem tributária. As penas para esses crimes, somadas, podem chegar a 30 anos de prisão.
A Operação Calábria representa um esforço conjunto entre as autoridades brasileiras e italianas para combater o crime organizado transnacional. A PF não divulgou detalhes sobre o valor do dinheiro lavado ou a identidade dos envolvidos, mas afirmou que as investigações continuam.
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