O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também está na delação premiada de Claudio Melo Filho, o diretor da Odebrecht em Brasília, que decidiu implodir Michel Temer e seus principais aliados, como Eliseu Padilha e Romero Jucá.
Segundo Melo Filho, o presidente nacional do PSDB pediu à Odebrecht que desse R$ 1 milhão em ajuda financeira ao senador José Agripino Maia (DEM-RN) como contrapartida por seu apoio na eleição presidencial de 2014.
Na delação, o ex-vice-presidente destaca que sua relação profissional com o parlamentar potiguar teve início há cerca de 5 anos. Relata ainda que o senador sempre “se referiu a companhia com muita cordialidade, fazendo questão de mencionar a sua relação pessoal com Emílio Odebrecht”.
Marcelo revelou também que, em 2014, se encontrou inicialmente com Agripino para apresentar a ele um estudo sobre a problemática da crise energética no Brasil, uma vez que o senador vinha sendo apontado como provável ministro de Minas e Energia caso Aécio Neves tivesse sido eleito presidente do Brasil.
Confira AQUI o material da delação entregue ao MPF.
Sobre o pagamento de R$ 1 milhão
“Por ocasião ainda da campanha de 2014, a pedido de Marcelo Odebrecht, comuniquei ao Senador que a companhia iria fazer um pagamento a ele no valor de R$ 1.000.000,00. Destaco que o Senador José Agripino não era candidato a cargo eletivo nas eleições de 2014. Segundo me foi dito por Marcelo Odebrecht, esse valor teria sido solicitado a ele pelo Senador Aécio Neves como uma forma de apoio ao DEM, que era presidido à época pelo Senador José Agripino”, disse o delator.
O executivo acrescenta que entrou em contato com Agripino por celular e marcou encontro no gabinete do senador. “Este pagamento foi solicitado e aprovado por Marcelo Odebrecht e operacionalizado pela área de operações estruturadas. No sistema DROUSYS, os pagamentos constam identificados com o codinome ‘Gripado’ e vinculado as ‘MBO’ ‘evento 14 DP’ e foram realizados entre 13 e 17 de outubro de 2014, conforme indicação da planilha”, pontua.
Por fim, Marcelo Melo Filho apresenta trechos de e-mail que indicam o pagamento a “Gripado” [referência à Agripino]. Cita ainda que o senador já havia recebido também contribuição financeira da empreiteira em 2010, com o codinome de “Pino”. O deputado federal Felipe Maia, filho de Agripino, também teria sido beneficiado em 2010, e seu codinome era “Pininho”.
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