Economia

Governo propõe pagamento mínimo e outros direitos a motoristas de aplicativo

Os motoristas preferem ser classificados como empreendedores. Também por isso, o projeto não vai estabelecer vínculo empregatício nos contratos neste primeiro momento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a dar um grande passo em direção à regulamentação dos direitos trabalhistas para motoristas de aplicativos no país. Na próxima segunda-feira, 4 de março, o petista deverá assinar um projeto de lei que visa estabelecer um conjunto de direitos para essa categoria, que tem crescido exponencialmente nos últimos anos.

O texto é resultado de extensas negociações entre o Ministério do Trabalho, liderado por Luiz Marinho, e representantes das empresas de aplicativos atuantes no Brasil. Essa medida legislativa busca garantir aos motoristas uma remuneração mínima, além de assegurar o direito à Previdência Social, com as empresas contribuindo para a parte da contribuição previdenciária.

Inicialmente, o acordo abrange apenas as empresas de transporte de passageiros e entrega de encomendas, como Uber e 99. Contudo, ainda não se chegou a um acordo com as empresas de entrega de comida e transporte por moto, como Ifood e Rappi.

Caso o texto seja aprovado pelo Congresso Nacional, os motoristas de aplicativo serão reconhecidos como uma categoria autônoma, desvinculada da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A decisão de não classificá-los como celetistas veio após resistência das empresas envolvidas, optando-se, assim, por tratar a categoria de forma autônoma na proposta enviada ao Congresso.

Regulamentar motoristas de aplicativos é prioridade de Lula

Essa regulamentação dos direitos dos motoristas de aplicativos tem sido uma das prioridades do governo Lula. Apesar de muitos motoristas se considerarem empreendedores e preferirem uma classificação que lhes confira maior flexibilidade, o projeto de lei busca encontrar um meio-termo que respeite essa visão, sem estabelecer vínculo empregatício nos contratos, ao menos nesta fase inicial.

A questão do vínculo empregatício entre motoristas e empresas de aplicativos também está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, os ministros decidiram que o julgamento de um caso específico terá repercussão geral, ou seja, o entendimento adotado nesse julgamento será aplicado a casos semelhantes em todo o país, potencialmente influenciando a relação entre esses trabalhadores e as plataformas digitais.

À medida que a proposta avança para o Congresso, todas as partes envolvidas – governo, empresas de aplicativos, e os próprios motoristas – aguardam com expectativa os desdobramentos dessa iniciativa. Se aprovada, a lei poderá estabelecer um precedente significativo para a regulamentação do trabalho em plataformas digitais no Brasil.

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.

Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

Permita anúncios para apoiar nosso site

📢 Desative o bloqueador de anúncios ou permita os anúncios em nosso site para continuar acessando nosso conteúdo gratuitamente. Os anúncios são essenciais para mantermos o jornalismo de qualidade.