Em 2022 pudemos finalmente aliviar as restrições impostas pela pandemia de COVID-19, que marcou os últimos dois anos de nosso cotidiano. No entanto, isso não quer dizer que a pandemia não tenha deixado efeitos profundos em diversos aspectos de nossa sociedade, e em muitos casos, alterou ou acelerou tendências que permanecerão muito além do período de isolamento.
Dentro do mundo do esporte a situação não foi diferente: a busca por maior entretenimento e lazer, os ambientes e eventos cancelados por motivos sanitários, e a preocupação redobrada com a saúde deixaram mudanças perceptíveis na relação entre o brasileiro e o esporte. Confira:
Consumo e entretenimento
As mudanças mais imediatas são aquelas relativas ao consumo do esporte como forma de entretenimento. Dados levantados pela empresa ExpressVPN mostram que assistir online se tornou uma das preferências dos brasileiros, e serviços de streaming como Globoplay redobram seus investimentos na transmissão de partidas de diversos campeonatos e esportes distintos. Para a Copa do Mundo de 2022, por exemplo, a transmissão online terá qualidade 4K superior à encontrada na televisão. E o interesse felizmente não é limitado ao futebol, já que o UFC, a Fórmula 1, além do tênis e do voleibol, continuaram a marcar presença no volume de buscas e conteúdo assistido no Brasil.
Dados da plataforma de buscas do Google também revelam mudanças interessantes sobre o consumo de mídia esportiva: vídeos em plataformas como o YouTube revelam que 42% dos brasileiros assistem vídeos com dicas sobre atividade física ou treinamento de esportes, mesmo aqueles que não praticam alguma modalidade.
Outro ponto interessante é a relação entre a partida ao vivo e a conectividade do torcedor – mais de 45% das buscas são realizadas em tempo real, durante as partidas, com telespectadores pesquisando regras e definições, aspectos climáticos, partidas passadas e estatísticas que podem ajudar a esclarecer os lances vistos em tela. Do mesmo modo, tecnologias como o VAR ajudam a evitar as injustiças e brigas resultantes de erros de arbitragem ou execução das regras. As redes sociais têm papel crucial nesse sentido, já que memes são criados quase que de forma imediata e o sentimento coletivo sobre cada acontecimento é palpável em tempo real em plataformas como o Twitter.
Saúde e prática
As mudanças não estão limitadas apenas ao consumo do esporte como forma de entretenimento passivo, isto é, assistido remotamente, mas também na participação direta da população e da prática diária de exercícios físicos. Durante o período de pandemia, as vendas de equipamentos caseiros de ginástica, musculação e calistenia cresceu de forma exponencial, com equipamentos como kits de elásticos tensionados, halteres e esteiras portáteis sendo as principais escolhas do público.
Embora ⅔ dos brasileiros ainda não pratiquem atividades físicas com regularidade, a pandemia incentivou também a venda de aparelhos inteligentes que ajudam a rastrear e motivar iniciantes em suas atividades – é o caso das pulseiras como a AmazFit, Mi Band e Apple Watch, que coletam dados sobre frequência cardíaca, movimentação, qualidade do sono, calorias queimadas e oferecem sugestões de treino, além de técnicas de incentivo a criação de hábitos como medalhas virtuais e competições com amigos.
Atualmente, 30% dos brasileiros praticantes de esporte escolhem as caminhadas como principal atividade física – algo celebrado por cardiologistas e especialistas em saúde mental, que indicam estudos que comprovam a necessidade do organismo de caminhar ao menos uma hora por dia. O restante dos brasileiros fisicamente ativos escolhem o futebol (29%), a corrida (23%), a musculação (15%) e o ciclismo (11%).
É fundamental que o esporte seja cada vez mais valorizado e, principalmente, culturalmente enraizado como um hábito diário que promove a socialização, a saúde física e mental, e o entretenimento de forma equilibrada e valiosa.
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