O Ministério de Portos e Aeroportos, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil, lançou uma iniciativa para avaliar a acessibilidade em aeroportos e aviões de todo o Brasil. A ação, que conta com a parceria da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), busca coletar informações diretamente de pessoas com deficiência para aprimorar os serviços oferecidos.
Um questionário online, disponível até 31 de dezembro de 2027, está aberto para receber contribuições. Até o momento, foram registradas 31 respostas. O formulário, acessível por meio do site Participa + Brasil, é dividido em quatro blocos temáticos: perfil do participante, avaliação dos serviços das companhias aéreas, avaliação da equipe dos aeroportos e outras considerações relevantes.
Segundo Luiz Antonio Tonin, coordenador do projeto pela UFSCar, a iniciativa, que já dura aproximadamente cinco anos, passou por uma primeira fase focada na identificação de boas práticas de acessibilidade. Ao final de 2023, foram catalogadas 92 dessas práticas, que serviram de base para a classificação de 57 aeroportos brasileiros, cada um recebendo um selo de acordo com seu nível de conformidade.
O questionário atual visa complementar essa avaliação, incorporando a perspectiva dos passageiros sobre os recursos de acessibilidade disponíveis. A expectativa é que, a partir do início de 2025, o resultado dessa classificação esteja público, permitindo a consulta por qualquer pessoa.
Para enriquecer o projeto e contextualizar a realidade brasileira em um cenário internacional, a equipe viajou para outros países, buscando exemplos de soluções inovadoras para a acessibilidade em aeroportos. Entre os exemplos citados por Tonin, estão aplicativos similares ao *Be My Eyes* (Seja Meus Olhos), que conecta pessoas com deficiência visual a voluntários para auxílio por meio de vídeo, e a utilização de cães-guia, ainda em fase de desenvolvimento.
Tonin destaca a importância da melhora na comunicação entre companhias aéreas, aeroportos e passageiros como fator crucial para superar muitas das barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência. Ele cita, como exemplo negativo, situações em que o embarque ou desembarque é realizado em portões distantes, exigindo o uso de ônibus, gerando “diversos constrangimentos”, conforme sua declaração. O pesquisador complementa: “Muitas vezes, o uso da infraestrutura é dificultado porque houve algum problema de comunicação.”
Além do questionário online, a equipe da UFSCar planeja disponibilizar em breve uma interface mais acessível para o formulário. Um Manual de Acessibilidade na Aviação Civil também está disponível para consulta no site Aviação Acessível.
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