No Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, o Botafogo escreveu seu nome na história do futebol sul-americano ao conquistar, neste sábado (30), o título inédito da Libertadores. A vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-MG foi marcada por um início turbulento e uma demonstração de resiliência exemplar.
Um começo conturbado
A partida começou de forma dramática para o Glorioso. Aos 33 segundos, o volante Gregore foi expulso após atingir o jogador argentino Fausto Vera. Com um jogador a menos, a expectativa era de um domínio atleticano, mas o Botafogo surpreendeu a todos.
Apesar da desvantagem numérica e de apenas 22% de posse de bola, o time carioca mostrou eficiência letal no ataque. Luiz Henrique foi o destaque, participando diretamente dos dois primeiros gols. Aos 34 minutos, após uma sequência de passes, o meia Thiago Almada lançou Luiz Henrique, que rolou para Marlon Freitas. A finalização bateu no zagueiro Júnior Alonso e sobrou para Luiz Henrique marcar o primeiro gol. Aos 41 minutos, após um pênalti cometido por Everson em Luiz Henrique, Alex Telles converteu a cobrança, ampliando a vantagem.
Reação atleticana e a resposta do Botafogo
O Atlético-MG reagiu no segundo tempo. Com as entradas de Mariano, Bernard e Eduardo Vargas, o Galo diminuiu o placar logo no primeiro minuto da etapa final, com gol de Vargas de cabeça. A pressão atleticana se intensificou, com Hulk e Mariano ditando o ritmo. O Botafogo, por sua vez, respondeu com alterações estratégicas, reforçando seu sistema defensivo.
Arthur Jorge, técnico do Botafogo, substituiu Savarino e Telles (que já tinha cartão amarelo) por Danilo Barbosa e Marçal, respectivamente. Posteriormente, Luiz Henrique e Almada foram substituídos por Júnior Santos e Matheus Martins para conter os avanços atleticanos. O Atlético-MG continuou pressionando, tendo chances claras de gol com Vargas, mas sem sucesso.
O gol do título e o fim da espera
A vitória foi selada aos 52 minutos. Júnior Santos, em bela jogada individual pela esquerda, cruzou a bola rasteira, que foi desviada pelo volante Alan Franco. A bola sobrou para o próprio Júnior Santos, que marcou o terceiro gol, garantindo o título inédito da Libertadores e o décimo gol dele na competição, consagrando-o como artilheiro.
Um título histórico para o Botafogo
A conquista da Libertadores representa o fim de um longo jejum de títulos importantes para o Botafogo. O último grande troféu havia sido o Campeonato Brasileiro de 1995. Desde então, o clube conquistou cinco Campeonatos Cariocas (1997, 2006, 2010, 2013 e 2018) e um Torneio Rio-São Paulo em 1998, mas também passou por momentos difíceis, incluindo três rebaixamentos à Série B em menos de 20 anos. Este título também marca o sucesso da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube, adquirida pelo empresário inglês John Textor.
Desafios futuros
Com a vitória, o Botafogo garante vaga em duas competições da FIFA: a Copa Intercontinental, em Doha (Catar), onde enfrentará o Pachuca (México) no dia 11 de dezembro, e o novo Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, entre 15 de junho e 13 de julho. No Brasileirão, o Glorioso lidera a competição com 73 pontos, com duas rodadas restantes, buscando o título nacional também.
O futuro do Atlético-MG
Para o Atlético-MG, a derrota na final representa mais um revés em 2024, após a perda da Copa do Brasil para o Flamengo. Sem vencer há 11 partidas, o Galo ocupa a décima posição no Brasileirão, com 44 pontos, precisando de uma reação para garantir uma vaga na próxima Libertadores.
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