Após a Netflix anunciar que irá cobrar assinantes que compartilharem suas senhas com pessoas fora da mesma casa, muitos usuários passaram a se perguntar como a plataforma irá controlar os acessos extras e determinar as taxas de cobranças.
A questão surge, principalmente, para famílias com mais de uma casa ou amigos que compartilham os custos de uma única assinatura.
De acordo com Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), muitos mecanismos podem ser utilizados, mas nenhum possui a precisão necessária para aplicação de cobranças extras.
Apesar das especulações, a Netflix ainda não divulgou quais serão os mecanismos utilizados pela operadora de streaming para realizar o controle de usuários. No primeiro momento, especialistas sugeriram que a empresa utilizasse ferramentas de rastreamento a partir dos aparelhos conectados. Entretanto, a medida poderia ser um pouco quanto invasiva para os assinantes.
Pouco tempo depois, após o anúncio oficial da expansão global das cobranças, rumores apontavam que o endereço de IP – código de identificação presente em redes de internet – poderia ser a solução mais eficiente para o problema. Entretanto, Steibel explica porque a medida pode não ser tão eficaz.
“É possível fazer esse controle pelo IP, mas o registro captado por aplicativos não é dos dispositivos, mas, sim, do seu ponto de internet. Então quando você está dentro de uma empresa ou utilizando a internet do condomínio, esse endereço pode ter variações”, afirma.
Segundo o especialista, o uso do endereço cadastrado no momento da assinatura poderia ser uma alternativa. “O Spotify já utiliza isso em seus planos familiares”, destaca. Entretanto, apesar da possibilidade, usuários que utilizam o aplicativo da plataforma em aparelhos móveis podem ter problemas ao assistirem filmes e séries durante trajetos em movimento.
Apesar da incerteza dos mecanismos que serão adotados pela Netflix, Fabro acredita que o streaming não deve ser tão duro com seus assinantes quanto se espera. “Os brasileiros gostam de compartilhar. A questão aqui não é excluir usuários, mas buscar assinantes que estão dispostos a pagar mais pelo compartilhamento de senhas”, diz.
A queda da Netflix
A Netflix divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2022 na última terça-feira (19 de abril) e apresentou uma queda histórica em seu número de assinantes, totalizando uma perda total de 200 mil usuários da plataforma. Após a publicação do reporte, as ações da empresa apresentaram uma queda de 26% no after market da bolsa de Nova York.
Com o declínio, a Netflix passou a buscar alternativas para o aumento de sua receita. A criação de assinaturas mais baratas com apoio de anúncios e a cobrança de assinantes que compartilham suas senhas com familiares e amigos são algumas das soluções estudadas pela empresa no momento.
Com informações do Money Times*
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