Principal alvo da Operação Anteros, deflagrada na manhã de hoje (15) pela Polícia Federal (PF), o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), negou ter participado de qualquer irregularidade durante o período em que atuou como deputado estadual.
Em nota, o advogado José Luis Oliveira Lima afirma que seu cliente sempre esteve à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento considerado necessário à apuração da suspeita de fraudes na contratação de funcionários da Assembleia Legislativa a partir de 2006, quando Faria presidia o parlamento.
Alegando desconhecer os autos do processo, o advogado acrescentou que Faria discorda da forma como a Polícia Federal atuou, mas respeita o Poder Judiciário e confia no rápido “restabelecimento da verdade”.
Documentos e outros objetos foram apreendidos em dois imóveis residenciais pertencentes ao governador. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na sede do governo no centro administrativo estadual e na Assembleia Legislativa. Dois auxiliares de confiança do governador, Adelson Freitas dos Reis e Magaly Cristina da Silva, foram presos em caráter temporário. Magaly ingressou para trabalhar na Assembleia Legislativa a convite de Robinson Faria. Já Adelson continua trabalhando no gabinete do governador.
Dama de espadas
Além da suspeita de fraudes na contratação de funcionários da Assembleia Legislativa, Faria também é investigado pela suposta tentativa de comprar o silêncio de um dos delatores da Operação Dama de Espadas, deflagrada em agosto de 2015 para apurar se houve irregularidades nas contratações de mão de obra.
Em maio, ao denunciar 24 pessoas investigadas na Operação Dama de Espadas, o Ministério Público afirmou que os desvios dos cofres da Assembleia Legislativa podem superar os R$ 5,5 milhões. Segundo as autoridades, os recursos públicos eram desviados por meio da inclusão de funcionários fantasmas na folha de pagamento da assembleia.
Os onze mandados judiciais executados hoje foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como o processo corre em segredo de Justiça, a PF e o STJ não divulgaram mais detalhes sobre a operação.
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