Autoridades e educadores de nove estados nordestinos se reuniram em Natal, Rio Grande do Norte, para um seminário sobre projetos educacionais bem-sucedidos. O evento, promovido pela Secretaria de Educação, do Esporte e do Lazer do RN, com o apoio do Instituto Cultiva e do Consórcio Nordeste, teve como objetivo destacar e disseminar experiências exitosas na região.
Um dos projetos apresentados foi o "Comunidades Educadoras", detalhado pela secretária de Educação do RN, Socorro Batista. A iniciativa se diferencia pela atuação de articuladores comunitários, profissionais que visitam regularmente as famílias dos estudantes para identificar suas necessidades e conectá-las a recursos de saúde e assistência social.
Estes articuladores desempenham um papel crucial na construção de uma ponte entre a escola e a comunidade, oferecendo suporte aos alunos dentro e fora da sala de aula. Eles coletam informações relevantes sobre as condições socioeconômicas dos estudantes, o convívio familiar, o acesso a bens culturais e sociais, o acolhimento comunitário e o acompanhamento escolar pelos responsáveis. Um site específico do programa armazena esses dados, gerando relatórios para a Secretaria Municipal de Educação.
As visitas semanais dos articuladores são priorizadas para famílias com pelo menos duas das seguintes situações: queda significativa no desempenho escolar nos últimos quatro meses, sinais de violência, abandono, problemas de saúde mental, evasão escolar ou residência em áreas de risco.
Socorro Batista enfatizou a importância do trabalho dos articuladores, descrevendo a complexidade da tarefa: "No projeto, as articuladoras procurando espaços, procurando meninos perdidos. Porque se perdem e, às vezes, a escola nem percebe que o aluno deixou de ir. E elas saem à procura. Às vezes, nem encontram. Por quê? Porque o menino ou a menina são de família ou grupo faccionado. E eles se mudam do bairro por ordem da facção adversária. Se mudam e não dizem aos vizinhos o nome deles. É preciso ser praticamente um detetive para descobrir onde o aluno está".
O programa "Comunidades Educadoras" busca não apenas melhorar o desempenho acadêmico, mas também construir uma rede de proteção que atende às necessidades sociais e emocionais dos estudantes, contribuindo para o seu bem-estar integral.
*A repórter viajou a convite do Consórcio Nordeste, com o apoio do Instituto Cultiva*
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