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RN tem a maior taxa de abandono escolar do Brasil

Jovens que deixam a escola estão mais vulneráveis ao desemprego e a condições de trabalho precárias.

O Rio Grande do Norte continua liderando um índice preocupante no cenário educacional brasileiro. Dados divulgados no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024 revelam que o estado apresenta a maior taxa de abandono escolar do Ensino Médio em 2023, atingindo 9,1%.

Essa taxa é alarmante quando comparada à média nacional de 3,8%, mostrando que, apesar de avanços nos últimos anos, o estado ainda enfrenta sérios desafios para garantir a permanência dos jovens na escola.

Essa situação reflete não apenas problemas estruturais, mas também sociais e econômicos que afetam diretamente a capacidade de muitos jovens de continuarem seus estudos. Ao lado do abandono escolar, o aumento das taxas de reprovação no estado reforça o alerta sobre a qualidade e a eficiência do sistema educacional potiguar.

EstadoAprovação (%)Reprovação (%)Abandono (%)
Brasil90,55,73,8
Amapá85,59,35,2
Acre87,26,56,3
Amazonas89,36,34,4
Pará98,80,90,3
Rondônia90,75,14,2
Roraima87,67,94,5
Tocantins94,53,61,9
Alagoas93,43,82,8
Bahia91,13,65,3
Ceará96,81,02,2
Maranhão92,34,33,4
Paraíba84,28,37,5
Pernambuco94,94,20,9
Piauí96,51,42,1
Rio Grande do Norte77,413,59,1
Sergipe88,38,73,0
Espírito Santo95,23,01,8
Minas Gerais86,87,75,5
Rio de Janeiro80,814,15,1
São Paulo92,44,33,3
Paraná96,33,00,7
Rio Grande do Sul81,010,68,4
Santa Catarina81,413,65,0
Distrito Federal84,611,63,8
Goiás97,91,40,7
Mato Grosso96,21,62,2
Mato Grosso do Sul86,59,54,0

Desafios enfrentados pelo RN no abandono escolar

Os 9,1% de abandono escolar registrados no Rio Grande do Norte em 2023 representam uma diminuição significativa em relação aos 16,6% de 2013. No entanto, essa queda de 7,5 pontos percentuais ainda não foi suficiente para retirar o estado da liderança no ranking nacional de abandono escolar. Entre os fatores que explicam essa persistência estão:

  • Fatores socioeconômicos: Muitas famílias potiguares enfrentam dificuldades financeiras, o que leva os jovens a deixarem os estudos para buscar trabalho ou ajudar nas despesas domésticas.
  • Falta de infraestrutura educacional: Escolas sem recursos adequados, como transporte, merenda e suporte pedagógico, desestimulam a permanência dos alunos, especialmente em áreas rurais.
  • Desigualdade regional: Disparidades entre a zona urbana e rural dificultam o acesso de estudantes em localidades mais isoladas.

Segundo o anuário, a taxa de reprovação também reforça os desafios do estado. Enquanto a média nacional para reprovação é de 5,7%, o Rio Grande do Norte apresenta uma taxa de 13,5%, sendo uma das mais altas do país.

Panorama nacional: avanços e desigualdades

No Brasil como um todo, os números de abandono escolar mostram avanços expressivos. A média nacional caiu de 9,2%, em 2013, para 3,8%, em 2023. Essa redução demonstra o impacto positivo de programas educacionais como o Novo Ensino Médio e iniciativas que buscam a permanência dos alunos.

Estados como Pará e Ceará lideram entre os melhores desempenhos, com abandono escolar de 0,3% e 2,2%, respectivamente. Ambos os estados são referência em políticas públicas educacionais, com foco na redução da evasão escolar e no aumento da qualidade do ensino.

Já estados como o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro também apresentam números preocupantes, com abandono de 8,4% e 5,1%, respectivamente. Esses dados reforçam que, mesmo com avanços gerais, algumas regiões ainda enfrentam desafios persistentes.

Impacto do abandono escolar

O abandono escolar afeta diretamente o desenvolvimento social e econômico de um estado. Jovens que deixam a escola estão mais vulneráveis ao desemprego e a condições de trabalho precárias. Além disso, o impacto na sociedade é significativo, pois a evasão escolar contribui para a manutenção do ciclo de pobreza e desigualdade.

A taxa de abandono no Rio Grande do Norte evidencia a necessidade de intervenções urgentes. Especialistas defendem medidas como o aumento do investimento em programas de permanência escolar, a ampliação do acesso ao ensino técnico e profissionalizante, além do fortalecimento de parcerias com a sociedade civil para garantir que os jovens tenham oportunidades além da sala de aula.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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