O Programa Professor Mentor, Meu Projeto de Vida, implementado em Alagoas em novembro de 2021, apresentou resultados positivos na rede pública estadual, conforme demonstrado em seminário realizado em Natal (RN). A iniciativa surgiu em resposta à preocupação com a possível evasão escolar, agravada pela pandemia da covid-19.
Com foco na iniciação científica, o programa estimula alunos do ensino médio a desenvolverem pesquisas em diversas áreas, como sustentabilidade, empreendedorismo, responsabilidade social, cultura digital e mediação artístico-cultural, direcionando o trabalho para o projeto de vida individual de cada estudante.
Para incentivar a participação, o governo alagoano oferece bolsas de R$ 1.500 para professores e R$ 250 para alunos monitores (um por turma). Há também um incentivo de R$ 150 para alunos com, no mínimo, 90% de frequência.
O superintendente de Educação de Alagoas, Ricardo Lisboa Martins, destacou o aumento significativo nas matrículas do ensino médio, saltando de 94.600 em 2020 para 116.840 em 2024. Os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) também revelam melhorias nas taxas de aprovação: de 87,7% em 2021 para 93,8% em 2023. As taxas de aprovação nos anos iniciais e finais do ensino fundamental também apresentaram leve aumento.
Segundo Martins, o programa também contribuiu para a redução da distorção idade-série, conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O programa inclui “trilhas de conhecimento” para orientar os municípios e valoriza as competências socioemocionais dos alunos, além de promover o engajamento das famílias.
“A gente precisou criar uma estratégia, que era uma forma também de valorizar o professor. Aí, uniu o útil ao agradável. Valorizou o professor, dando uma bolsa a ele, e ele fica dedicado à turma e se envolve em pesquisa para a gente”, explicou o superintendente.
Em paralelo, um seminário na Câmara dos Deputados debateu o novo Plano Nacional de Educação (PNE), previsto para ser aprovado até o fim de 2025 e válido por dez anos. O Projeto de Lei 2614/24 propõe 18 objetivos, com foco na educação infantil, alfabetização e ensino fundamental e médio.
Especialistas destacaram a importância da educação infantil, considerando que as habilidades desenvolvidas nesta etapa são fundamentais para o sucesso escolar posterior. A meta atual do PNE de alfabetizar todas as crianças até o final do 3º ano do ensino fundamental foi discutida e novas propostas foram levantadas para atingir uma maior cobertura e equidade.
Diversas sugestões foram feitas para aprimorar o novo PNE. A busca ativa por crianças fora da creche, prioridade para famílias de baixa renda e critérios de qualidade mais abrangentes para a educação infantil foram alguns dos pontos abordados. A gerente de Políticas Públicas da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Beatriz Abuchaim, defendeu uma meta variável para o atendimento em creches, adaptando-se às diferentes demandas municipais.
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