O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o compromisso do governo com o crescimento econômico e a inclusão social em entrevista concedida ao programa “Podk Liberados”, da RedeTV, neste domingo, 10 de novembro. Em conversa com os apresentadores, os senadores Jorge Kajuru e Leila Barros, o presidente detalhou o plano federal para fortalecer a economia brasileira, destacando medidas voltadas para a geração de empregos e o incentivo a pequenos e médios empreendedores individuais.
“A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país. Sabemos fazer política social para as pessoas que mais necessitam, sem esquecer aqueles que não estão abaixo do CadÚnico e que precisam ser tratadas pelo governo“, afirmou.
Na entrevista, Lula enfatizou que o legado que pretende deixar é o de uma sociedade economicamente mais justa e com mais oportunidades de emprego.
“O legado que quero deixar é o da autoestima do povo brasileiro, é o emprego com salário justo, o empreendedorismo cada vez mais profissional, cada vez ganhando um pouco mais, e é a sociedade ter possibilidade de estar na escola, fazer universidade e ter emprego melhor“, declarou.
Desempenho econômico e distribuição de renda
Segundo Lula, a atual gestão está focada em promover avanços concretos para a população, evidenciados pela valorização do salário mínimo e pelo aumento do poder de compra. “É só pegar os números. Veja quantas pessoas estavam andando de avião e quantas estão agora. Quanto era o salário mínimo e quanto é agora. E neste ano vai crescer outra vez. Quando o salário mínimo cresce, é dinheiro distribuído, é gente consumindo mais, comércio vendendo, fábrica fabricando, povo comprando e a economia vai em frente“, destacou, reforçando a importância de uma economia inclusiva que beneficie toda a população.
O presidente reforçou que seu objetivo é o crescimento econômico, defendendo que a prosperidade nacional só é possível com uma distribuição adequada dos frutos do crescimento. “Eu não entro para governar um país para fazer a economia decrescer. Eu entro para fazê-la crescer. Somente o crescimento econômico, com a distribuição correta do resultado do crescimento, é que faz com que o país possa dar certo”, afirmou.
Apoio aos pequenos e médios empreendedores
O governo federal também busca fortalecer o setor de pequenos e médios empreendedores, incentivando o empreendedorismo e a formalização dos negócios. “Temos que cuidar dos chamados pequenos e médios empreendedores individuais, que são as pessoas que não querem ter um chefe, que querem trabalhar por conta própria, acreditar em si e crescer“, disse Lula.
Ele ressaltou a importância de oferecer incentivos para que esses trabalhadores possam atuar de forma independente e contribuir para o crescimento econômico do país.
Segurança pública e cooperação com os estados
Na área da segurança pública, Lula defendeu uma gestão compartilhada com os estados e mencionou discussões com governadores sobre a responsabilidade de cada ente federado.
“Quero saber onde é que o Governo Federal pode entrar para ajudar os governadores, porque, na verdade, quem cuida da polícia é o governador, da Polícia Militar e da Polícia Civil. E a gente só pode entrar quando eles requisitam”, explicou, apontando a necessidade de um acordo cooperativo que permita ao governo federal apoiar iniciativas estaduais em segurança. Para isso, Lula propôs a criação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) a fim de estruturar essa cooperação.
Compromisso ambiental e COP30 em Belém
Ao abordar a questão ambiental, Lula reforçou o compromisso do Brasil com a transição energética e o desmatamento zero até 2030. “O Brasil é imbatível pelo tamanho do território, pela quantidade de sol, de vento, porque vamos fazer muita energia solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde“, afirmou, detalhando o potencial brasileiro para se tornar uma referência global em energia renovável.
Lula adiantou que, durante a COP30, a ser realizada em Belém, a Amazônia será apresentada como exemplo de sustentabilidade para o mundo. “É isso que quero mostrar na cidade de Belém, no Pará, no ano que vem. Faz tempo que o mundo fala da Amazônia. Quando decidimos colocar Belém como sede da COP30, é porque a gente quer que a Amazônia fale para o mundo”, completou.
O presidente também cobrou que os países desenvolvidos assumam maior responsabilidade pela preservação ambiental, destacando a importância de compensações financeiras aos países que possuem florestas tropicais. “O mundo rico precisa pagar porque já terminou com a floresta no seu país, já polui o planeta há 200 anos, e estamos começando agora. O que queremos é que os países em desenvolvimento, sobretudo os que têm floresta, como os oito países da Amazônia, como a Indonésia e como o Congo, que recebam benefícios para manter a floresta em pé.”
Lula também comentou sobre a colaboração com o Congresso Nacional, afirmando que diversas pautas de interesse nacional estão sendo aprovadas com apoio dos parlamentares. Ele destacou, em particular, os avanços na legislação ambiental.
“O bom fazendeiro não quer desmatar. O bom criador de gado sabe que tem que vender a carne para o exterior e tem que saber que precisa cuidar”, apontou Lula, mencionando a postura de alguns empresários que estão, segundo ele, cada vez mais conscientes da importância de práticas sustentáveis para alcançar mercados internacionais.
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