Economia

Tebet descarta mudanças nos pisos de saúde e educação no pacote fiscal

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que alterações nos pisos de gastos da saúde e da educação resultariam em pouca economia e aumentariam a resistência política à aprovação do pacote de corte de despesas obrigatórias. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa na última quinta-feira (28).

Segundo Tebet, o consenso interno no governo foi fundamental para a construção do pacote. “Esse foi o ajuste fiscal do consenso. Nós debatemos por diversas vezes”, declarou a ministra. Ela refutou a existência de atritos internos, justificando a exclusão da educação do pacote com base em cálculos detalhados: “Eu e [a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos] Esther Dweck fizemos as contas no papel. Embora na teoria e na legislação, a educação não esteja no arcabouço, na prática ela já está [submetida aos limites de crescimento]. Se a gente colocasse dentro das regras, o impacto fiscal seria zero”, explicou.

Em relação à saúde, a ministra explicou que as mudanças no piso gerariam uma economia insignificante, estimada entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões ao longo dos próximos anos. “Como a população está envelhecendo e precisaremos de mais recursos para a saúde adiante, seria um ajuste ineficiente”, argumentou Tebet.

A ministra enfatizou o alto custo político da inclusão dessas medidas, que dificultaria a aprovação do restante do pacote. “Pela nossa experiência de Congresso Nacional, a Esther como técnica e eu como senadora, por que vamos incluir a educação e a saúde no arcabouço, criando um ruído com os professores, com os prefeitos e com o próprio Congresso Nacional, se o impacto fiscal vai ser zero [no caso da educação]? A saúde tem uma diferença mínima que daria uma economia de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões ao longo de todos os anos”, questionou.

O arcabouço fiscal alterou as regras dos pisos da saúde e da educação, substituindo os limites anteriores do teto de gastos por uma porcentagem da receita governamental. Em 2023, o governo conseguiu aprovar uma mudança na interpretação da lei para evitar um déficit de R$ 21 bilhões no piso da saúde. A notícia sobre o déficit no piso da saúde em 2023 A despesa com o piso, no entanto, estabilizou-se a partir de 2024. Em junho de 2023, o então ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia anunciado a intenção de propor mudanças no formato dos dois pisos. Haddad havia proposto mudanças nos pisos em junho de 2023

Tebet se disse satisfeita com o resultado final do pacote, considerando-o o “ajuste fiscal possível, no aspecto técnico, no aspecto do Ministério do Planejamento e Orçamento, e no aspecto político, porque há que se pensar que tem de passar pelo Congresso Nacional”. Ela também comentou sobre a decisão paralela de enviar a reforma tributária do imposto de renda, justificando a ação como necessária para ajustes em diferentes níveis da estrutura tributária.

Quanto à reação do mercado financeiro, a ministra reconheceu a complexidade da conjuntura, mas assegurou que o governo está agindo para garantir a eficiência do orçamento público, buscando evitar os impactos negativos de um gasto superior à arrecadação, como juros e inflação elevados.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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