A produção industrial brasileira apresentou uma retração de 0,2% em outubro de 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Industrial Mensal Brasil (PIM-Brasil). Apesar da queda mensal, o resultado anual mostra um cenário mais positivo.
Comparação com meses anteriores: Embora tenha registrado crescimento nos dois meses anteriores, a queda de outubro anulou parte do ganho de 1,2% acumulado no período. Essa oscilação mensal destaca a volatilidade do setor.
Desempenho anual: Em contraponto à queda mensal, a produção industrial avançou 5,8% em outubro de 2024 na comparação com o mesmo mês de 2023, marcando o quinto mês consecutivo de expansão. O acumulado do ano também registrou crescimento, atingindo 3,4%, e o crescimento em 12 meses ficou em 3,0%.
Panorama geral: O nível atual da produção industrial está 2,6% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 14,4% abaixo do recorde histórico alcançado em maio de 2011. Este dado evidencia a necessidade de recuperação do setor para atingir seus níveis máximos anteriores.
Setores que influenciaram o recuo: O recuo de 0,2% em outubro foi influenciado principalmente pela queda na produção de coque e derivados de petróleo, biocombustíveis e, significativamente, de álcool. Especificamente, o segmento de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis apresentou retração de 2% em outubro, após um crescimento de 4,7% em setembro, revertendo dois meses consecutivos de queda que totalizaram 3,4%. Segundo André Macedo, gerente da PIM Brasil, a menor produção de álcool e gasolina automotiva pressionou o segmento negativamente. Os setores de bebidas (-1,1%) e indústrias extrativas (-0,2%) também contribuíram negativamente para o resultado.
Setores com crescimento: Apesar do resultado negativo geral, 19 das 25 atividades industriais pesquisadas registraram alta na produção em outubro. Destaque para o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que teve um aumento de 7,1%, impulsionado pela maior produção de automóveis, caminhões e autopeças. Outros setores com crescimento positivo incluem:
- Confecção de artigos do vestuário e acessórios (14,1%)
- Produtos químicos (2,8%)
- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,4%)
- Celulose, papel e produtos de papel (3,4%)
- Metalurgia (2,1%)
- Produtos diversos (7,4%)
- Máquinas e equipamentos (2,0%)
- Produtos alimentícios (0,5%)
- Farmoquímicos e farmacêuticos (2,9%)
Comparação com outubro de 2023: O crescimento de 5,8% em relação a outubro de 2023 demonstra um reforço no ritmo da produção industrial, superior às altas de 3,4% em setembro e 2,3% em agosto. O IBGE destaca que este crescimento positivo foi disseminado, atingindo as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 25 ramos industriais pesquisados.
Acumulado do ano: Com o crescimento de 3,4% no acumulado do ano, a indústria mantém a expansão da produção ao longo de 2024, com predomínio de taxas positivas e um ritmo crescente de crescimento. O IBGE destaca o perfil mais disseminado do crescimento em 2024, com as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 25 ramos industriais pesquisados registrando aumento na produção.
Metodologia da pesquisa: A PIM Brasil, desde a década de 1970, produz indicadores de curto prazo sobre a produção real das indústrias extrativa e de transformação. A série de índices mensais da produção industrial foi reformulada em março de 2023 para atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes, elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes, atualizar o ano-base de referência da pesquisa e incorporar novas unidades da federação na divulgação dos resultados regionais. Segundo o IBGE, essas alterações metodológicas são necessárias para refletir as mudanças econômicas da sociedade.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.