O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou hoje um crescimento de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024. Embora entidades empresariais celebrem o resultado positivo, alertas sobre a pressão inflacionária dominam o cenário.
O crescimento foi impulsionado por diversos setores. O setor de serviços registrou expansão de 0,9%, a indústria cresceu 0,6% e a agropecuária também apresentou alta de 0,9%. Para a Federação Nacional dos Bancos (Febraban), o aumento dos investimentos, mostrando recuperação ao longo do ano, foi outro fator crucial. Em nota, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, destacou: “Outro fator importante que contribuiu para o último PIB trimestral foram os investimentos, que mostram recuperação ao longo do ano. Com isso, a relação investimentos/PIB também segue em trajetória de alta”.
A Firjan, federação da indústria do Rio de Janeiro, comemorou a quarta alta consecutiva dos investimentos, com um aumento de +2,1%, elevando a taxa para 17,6% do PIB. No entanto, a entidade alertou que essa taxa permanece abaixo dos 21% observados entre 2010 e 2013, e também abaixo da média de 32% dos países emergentes. A Firjan ressaltou a necessidade de um crescimento sustentado para atingir os patamares de 2013.
Apesar do otimismo em relação aos resultados positivos, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prevê uma desaceleração do crescimento econômico em 2025. A Fiesp aponta o “maior aperto das condições financeiras somado ao menor impulso fiscal à frente e ao cenário externo mais desafiador” como fatores que irão limitar a expansão da atividade, principalmente nos setores cíclicos.
A preocupação com a inflação é um ponto em comum entre as três entidades. A Febraban, por exemplo, destaca o crescimento intenso da demanda privada doméstica, com alta acumulada em torno de 5,5% no ano, como um fator que contribui para o aumento das pressões inflacionárias, principalmente no atacado, especialmente no setor de alimentos. A federação defende a necessidade de um “plano crível e consistente de contenção dos gastos públicos” e de condições que evitem que o Banco Central aumente os juros a níveis ainda mais elevados, o que poderia sufocar o crescimento econômico e a retomada dos investimentos.
Em resumo, enquanto o crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2024 é motivo de comemoração, as entidades empresariais destacam a necessidade de cautela, alertando para os desafios que o cenário econômico apresenta no curto e médio prazos, principalmente no que diz respeito ao controle da inflação e à sustentabilidade do crescimento.
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