O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou nesta sexta-feira (30 de dezembro) que indicará o senador Jean Paul Prates (PT-RN) para ocupar a presidência da Petrobras.
Prates já era apontado como o principal cotado para o comando da Petrobras. Após a indicação de Lula, o nome dele precisará ser aprovado pelo conselho de administração da empresa.
“Gostaria de anunciar a indicação do Jean Paul Prates para a presidência da Petrobras. Advogado, economista e um especialista no setor de energia, para conduzir a empresa para um grande futuro“, informou Lula por meio de sua conta oficial no Twitter.
Durante a transição, Prates foi o coordenador de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e era o responsável por dar declarações sobre o futuro da Petrobras.
Nesta sexta, em entrevista após reunião com Lula em Brasília, Prates defendeu mudança na política adotada pela Petrobras para a definição do preços dos combustíveis.
Um dos temas mais debatidos na campanha eleitoral, a política de preços da Petrobras hoje leva em consideração o preço internacional do petróleo. Por causa disso, os preços dos combustíveis no Brasil dispararam neste ano devido ao aumento na cotação internacional do petróleo provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Nós vamos consolidar melhor essa situação da política de combustíveis. Eu sempre tenho dito que política de combustíveis é um assunto de governo. Não quer dizer que ele seja intervencionista, mais ou menos. É um assunto de governo, ponto“, disse Prates.
O senador defendeu que o país deve “tirar vantagem” da autossuficiência na exploração do petróleo e da “quase autossuficiência que nós temos em refino” para oferecer aos consumidores e às empresas brasileiras um preço de combustível mais competitivo.
O que pensa Prates
Em uma dessas falas, Prates disse que a estatal precisa ir além de explorar o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas.
“[A Petrobras] é uma empresa de longo prazo. Uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando“, afirmou no início do mês.
Ele defende que a estatal diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da companhia e alavancar os investimentos, em especial em refinarias, estratégia abandonada pela atual gestão.
O senador também quer que a Petrobras foque sua atuação futura em energias renováveis, diante das metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo.
Prates, durante a transição, também defendeu que o governo eleito proponha um mecanismo para amortecer preços de combustíveis em momentos de alta do valor do petróleo.
Segundo o petista, uma das possibilidades seria a implementação de um “colchão de amortecimento”, ou seja, a instituição de um subsídio para que os valores cobrados dos consumidores possam ser menores.
Ele também é crítico da atual política de preços da Petrobras, atrelada à variação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Porém, prometeu que não haverá nenhuma medida intervencionista na Petrobras. Disse que as mudanças serão discutidas pelo conselho de administração.
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