O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira com alta de 1,06%, alcançando 129.593 pontos. Após um início hesitante, o índice atingiu seu pico em 130.899 pontos (+2,08%), recuperando-se da mínima de 127.362 pontos. Essa foi a primeira vez que o Ibovespa fechou acima dos 129 mil pontos desde 26 de novembro, um dia antes da apresentação do pacote de corte de gastos do governo.
A recuperação do Ibovespa está ligada à diminuição dos prêmios de risco, observada pelos agentes financeiros. Esse cenário de menor risco foi impulsionado, em parte, pelo alívio em relação à saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhada de perto pelos investidores, que avaliam os impactos políticos de sua condição.
Ações de bancos se destacaram positivamente, impulsionadas pela queda dos juros futuros. O Bradesco ON liderou as altas, com crescimento de 2,30%. As ações da Petrobras também registraram ganhos pelo terceiro dia consecutivo, com os papéis PN avançando 1,00% e os ON, 0,71%. Em contrapartida, a Ambev registrou a maior queda, com recuo de 3,29%.
O volume financeiro negociado foi expressivo: R$ 22,2 bilhões no Ibovespa e R$ 28,9 bilhões na B3, valores acima da média registrada nos pregões anteriores do mês.
No mercado cambial, o dólar à vista fechou com queda firme de 1,30%, cotado a R$ 5,9682, rompendo a barreira dos R$ 6,00 pela primeira vez em oito pregões. Essa depreciação foi a maior entre as 33 divisas mais líquidas monitoradas pelo Valor, refletindo o cenário mais otimista para a aprovação das medidas fiscais no Congresso e a melhora na percepção de risco.
O euro também apresentou depreciação, fechando com queda de 1,62%, cotado a R$ 6,2621. Em contraponto, o índice DXY, que mede o dólar contra outras moedas, avançou 0,27%, alcançando 106,683 pontos.
Em Wall Street, as bolsas fecharam com resultados mistos. O Nasdaq e o S&P 500 registraram altas expressivas, impulsionados principalmente pelo setor de tecnologia, com destaque para a Nvidia e outras fabricantes de semicondutores. O Nasdaq atingiu um novo recorde, ultrapassando a marca de 20 mil pontos (1,77% de alta), enquanto o S&P 500 avançou 0,82%, fechando em 6.084,23 pontos. Por outro lado, o Dow Jones registrou queda de 0,22%, fechando em 44.148,93 pontos, pressionado pelas empresas do setor de saúde.
A alta em Wall Street foi influenciada pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, que apresentou resultados dentro do esperado (0,3%). Embora o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, tenha ressaltado que a inflação continua a piorar quando analisada a média de três meses anualizada, o mercado interpretou os dados como sinal positivo para um possível corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima semana. Segundo Borsoi, apesar do corte esperado para a próxima semana, a dinâmica inflacionária sugere uma pausa no ciclo de corte de juros para o início de 2025.
O setor de tecnologia impulsionou o desempenho do mercado americano, com ações como Tesla (+5,93%), Amazon (+2,31%) e Meta (+2,15%) atingindo preços recordes. Nvidia (+3,13%), Alphabet (+5,52%) e Broadcom (+6,62%) também tiveram desempenhos excepcionais. Em contrapartida, o setor de saúde do Dow Jones recuou mais de 1,1%, devido à análise de uma proposta no Congresso que prevê restrições às empresas de seguro saúde que operam farmacêuticas. Empresas como United Health (-5,6%), Johnson & Johnson (-1,6%), Merck (-1,2%) e Pfizer (-1,25%) foram impactadas.
Na Europa, os principais índices acionários também fecharam em alta, impulsionados pela expectativa de corte nos juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed). O índice Stoxx 600 fechou com alta de 0,32% (520,17 pontos), o DAX de Frankfurt avançou 0,34% (20.399,16 pontos), o FTSE de Londres subiu 0,26% (8.301,62 pontos) e o CAC 40 de Paris registrou alta de 0,39% (7.423,40 pontos). O UBS, em relatório, aponta que as condições econômicas dos EUA permitem que o Fed continue cortando as taxas, considerando o mercado de trabalho mais fraco e as taxas ainda em território restritivo. A expectativa é que o BCE realize um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de depósito, para 3%, na última decisão de política monetária do ano, com a possibilidade de um afrouxamento mais rápido em 2025.
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