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Governo vai poder usar R$ 8,5 bilhões das ‘contas esquecidas’

Após a aprovação do projeto, o governo poderá recolher dinheiro esquecido em contas bancárias que não foram movimentadas e cujos titulares não se manifestaram.

A Câmara dos Deputados aprovou nessa quinta-feira (12) um projeto de lei que permite ao governo federal utilizar R$ 8,5 bilhões de recursos esquecidos em contas bancárias para compensar a desoneração da folha de pagamento de diversos setores da economia até 2027. A medida faz parte de um conjunto de ações para equilibrar as contas públicas após a reoneração gradual aprovada para 17 setores da economia. Com a sanção do projeto, os valores não reclamados pelos titulares poderão ser transferidos para o Tesouro Nacional.

O texto, que já passou pelo Senado e agora aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estabelece um prazo de 30 dias após a publicação da lei para que os titulares de contas sem movimentação possam requisitar seus valores. Caso contrário, o saldo será apropriado pela União.

Como funcionará o processo?

Após a aprovação do projeto, o governo poderá recolher dinheiro esquecido em contas bancárias que não foram movimentadas e cujos titulares não se manifestaram. O Ministério da Fazenda deverá publicar um edital no Diário Oficial da União (DOU) contendo informações detalhadas sobre os valores recolhidos, os bancos depositários, além de dados sobre as contas e a natureza dos depósitos.

Os titulares terão 30 dias para contestar a transferência dos valores. Se a contestação for recusada, será possível recorrer ao Conselho Monetário Nacional (CMN) em um prazo de 10 dias, ou, caso necessário, acionar a Justiça em até seis meses. No entanto, se os valores não forem resgatados até 31 de dezembro de 2027, serão definitivamente incorporados aos cofres públicos.

Críticas e discussões na Câmara

Durante a votação, a medida gerou polêmica e foi classificada como “confisco” por parlamentares da oposição. O deputado Filipe Barros (PL-PR) foi um dos principais críticos, argumentando que o governo está “confiscando” os valores dos cidadãos. “Atenção, povo brasileiro: o último projeto da pauta de hoje estabelece o confisco. O governo, além de aumentar impostos descaradamente, quer confiscar o dinheiro dos depósitos judiciais“, declarou Barros.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) reforçou as críticas, destacando que o dinheiro pertence ao cidadão e que o governo não tem o direito de utilizá-lo. “Estão colocando a mão, de novo, no bolso do cidadão brasileiro. Há saldo ali, é do cidadão. Isso não dá o direito ao governo de meter a mão nesse dinheiro”, afirmou Ventura.

Apesar das críticas, o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara e relator do projeto, defendeu a medida. Segundo ele, os recursos esquecidos devem ser utilizados pelo Estado em vez de ficarem à disposição dos bancos privados. “É melhor que esses recursos esquecidos fiquem empossados pelo Tesouro do que pelos bancos privados, para servir de especulação para eles ganharem dinheiro à custa daquelas pessoas que têm esses depósitos“, disse Guimarães.

Montante disponível no Sistema de Valores a Receber

Banco Central registra novo vazamento de dados no Pix em 2024
Banco Central – Foto: Agência Brasil

De acordo com o Banco Central (BC), o montante de R$ 8,5 bilhões faz parte dos valores disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR), plataforma onde cidadãos e empresas podem consultar se têm saldos não sacados em bancos, consórcios ou outras instituições financeiras. Segundo os dados de julho, o valor total ainda não resgatado está disponível para consulta e saque.

Como consultar e resgatar o valor?

Se você tem interesse em verificar se possui valores esquecidos, o processo é simples. Basta acessar o site do Banco Central no link https://valoresareceber.bcb.gov.br. Após preencher os dados solicitados, o sistema indicará se há valores disponíveis.

Caso positivo, será possível agendar o resgate seguindo as instruções do site, sendo necessário o uso de uma conta gov.br de nível prata ou ouro para prosseguir.

Além disso, é importante destacar que o resgate será feito via Pix, por isso, é necessário que o usuário tenha uma chave Pix cadastrada. No caso de valores pertencentes a pessoas falecidas, herdeiros ou representantes legais podem solicitar o saldo, mediante a apresentação de documentação comprobatória.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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