Em sua reunião de política monetária nesta quarta-feira (6), o Banco Central (BC) elevou a taxa Selic para 11,25% ao ano, confirmando expectativas do mercado que já apontavam para uma aceleração nos ajustes da taxa básica de juros. A decisão visa mitigar o aumento de riscos no balanço econômico, agravados pela inflação resistente no setor de serviços e uma dinâmica cambial desfavorável, segundo o comunicado do BC.
O Banco Central justificou o movimento em razão da persistente desancoragem das expectativas de inflação e da resiliência dos preços em serviços. A pressão cambial também figura entre os fatores que motivaram a alta da Selic.
No comunicado divulgado após a reunião, o BC destacou que as futuras decisões continuarão pautadas pela evolução do cenário inflacionário e pelas ações de política fiscal.
Projeções indicam Selic em trajetória ascendente até 2025
Nas projeções atualizadas do Banco Central, o cenário de referência – que considera uma trajetória para a Selic alcançando 12,50% até o início de 2025, como aponta a pesquisa Focus – reflete estimativas ainda acima da meta de inflação.
A nova projeção para a inflação de 2024 foi ajustada para 4,6%, acima do intervalo de tolerância, e prevê-se uma redução gradual para 3,9% em 2025 e 3,6% até o segundo trimestre de 2026.
Essas previsões são acompanhadas de um cenário global incerto e desafios fiscais internos, fatores que exercem pressão sobre a política monetária.
Sinais de continuidade nos ajustes
Apesar da elevação, o comunicado do BC não explicitou indicações sobre o ritmo ou a extensão do ciclo de aperto monetário. A instituição reforçou, no entanto, que o contexto macroeconômico global e os desdobramentos da política fiscal local continuam sendo elementos cruciais para as próximas decisões.
No mercado, a expectativa é de que o Banco Central realize mais três ajustes sucessivos de 0,5 ponto percentual nas reuniões de dezembro e janeiro, e finalize o ciclo de alta com um ajuste menor, de 0,25 ponto percentual, em março de 2025. A estimativa é que a taxa atinja o patamar de 12,50% ao final do ciclo de aperto.
De acordo com o Banco BV, há um cenário projetado de cortes nos juros apenas no segundo semestre de 2025, o que se daria sob a condição de uma desaceleração econômica acompanhada por medidas de ajuste fiscal. Para o final do próximo ano, a previsão do BV é que a Selic recue para 11,50%, caso o cenário de controle inflacionário e fiscal se concretize.
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