Em uma assembleia realizada nesta segunda-feira (19), no auditório da Escola de Música, campus central da UFRN, os docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte decidiram paralisar as atividades na próxima quinta-feira (22).
O ato é um protesto contra os projetos que tramitam no Congresso Nacional. Entre as medidas, a Proposta de Emenda à Constituição 241/2016 (que cria um novo Regime Fiscal e reduz investimentos públicos na saúde e educação para os próximos 20 anos), o projeto de Lei 257/2016 (que trata, principalmente, das condições de renegociação da dívida dos Estados e Municípios), Reforma Previdenciária como também a luta em defesa do Pré-sal.
“Precisamos mostrar que os servidores públicos, especialmente os professores, estão preocupados não apenas com o destino de suas carreiras, mas das Universidades Públicas e das conquistas que foram feitas ao longo desses últimos anos”, ressaltou o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, ao falar da importância da decisão da categoria.
Ao desmontar a PEC 241/16, o dirigente chamou atenção para a necessidade em se ampliar a discussão das medidas que vêm sendo implementadas e atingem os trabalhadores, os servidores e os serviços públicos e benefícios destinados à população, especialmente nas áreas de educação e seguridade (saúde, previdência e assistência). “A PEC 241 e as outras propostas desse governo são um atraso, provocarão uma regressão muito grande tanto na carreira como nos salários e na estrutura das Universidades”, alertou.
Os docentes alertaram sobre, segundo eles, as ameaças da plataforma do governo de Michel Temer aos direitos sociais. “É importante a paralisação para que a população possa saber exatamente as implicações desse golpe nefasto na nossa sociedade, nossa educação, nossa saúde, nosso futuro. É importante que a gente pare para unir forças e lutar nessa resistência contra esse golpe”.
“Diante desse quadro que estamos vivendo não podemos ter uma atitude de acomodação e precisamos estar, especialmente no dia 22, que é uma mobilização nacional, mobilizados”, considerou Magnolia de Araújo, do departamento de Microbiologia e parasitologia.
As falas convergiram para a preocupação com o cenário que vai se apresentado grave para Educação e Universidades Públicas e o papel dos professores da UFRN nesse processo.
A professora Angela Ferreira, do Departamento de Odontologia, classificou como “extremamente grave” a perspectiva para as áreas da Saúde e Educação se aprovada a PEC 241, lembrando, ainda, dos prejuízos aos trabalhadores de todo o país e, particularmente, para o funcionalismo público. “Dia 22 vai ter uma mobilização a nível nacional, e nosso Sindicato não poderia deixar de estar junto. Será uma importante forma de resistir a esse verdadeiro desmonte do estado brasileiro. Nós vamos nos contrapor e o Sindicato está de parabéns pela forma como está liderando esse processo de resistência”, enfatizou.
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