Projeto quer recriar cota para filmes brasileiros nos cinemas até 2033

Iniciativa tinha sido encerrada em 2021, mas poderá retornar como forma de fomentar a indústria cinematográfica nacional.
O Auto da Compadecida (2000)- Guel Arraes - (Divulgação)
O Auto da Compadecida (2000)- Guel Arraes - (Divulgação)

Fundamental no processo de construção e autoconhecimento cultural para um país, o cinema é um dos pilares da indústria do entretenimento. Neste sentido, um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados na última terça-feira (03) recria a cota para exibição de filmes brasileiros nos cinemas até 2033.

O Projeto de Lei 5497/19, de autoria do deputado licenciado Marcelo Calero (PSD-RJ), ainda irá tramitar no Senado, onde se aprovado, seguirá para sanção presidencial. A iniciativa tinha sido encerrada em 2021. Agora a recriação abre uma nova brecha de incentivo à produção cultural brasileira, com vigência até 2033.

Histórico da cota para filmes nacionais

A cota para filmes nacionais foi inicialmente introduzida em 2001, com uma vigência de 20 anos. Contudo, essa política expirou em 2021, o que gerou discussões sobre a necessidade de sua continuidade. O novo projeto, prevê entre outros aspectos ouvir as entidades diretamente ligadas a indústria cinematográfica nacional. Entre elas a Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Fomento à Produção Nacional

Uma das principais razões para a recriação dessa cota é o estímulo à produção cinematográfica brasileira. Ao garantir um espaço nas telas de cinema para filmes nacionais, o projeto cria um ambiente propício ao crescimento da indústria e ao desenvolvimento de talentos locais. Isso é fundamental para fortalecer a cultura e a nossa identidade.

Formar espectadores

A presença de filmes brasileiros nas salas de cinema é essencial para o fomento de um público cativo interessado na produção nacional. Isso não apenas aumenta o público para os filmes brasileiros, mas também educa o espectador, proporcionando a ele uma experiência rica em narrativas e histórias que fazem parte de sua própria realidade.

Além disso, abre espaço para novas produções, com tramas densas e alternativas. Pensando em um formato de cinema que ultrapassa a ideia de apenas produzir o que se vende mais. A exemplo das comédias românticas ou pastelonas, geralmente com narrativas limitadas e carentes em densidade dramática.

Diversidade Cultural

A diversidade é um dos maiores trunfos da produção cinematográfica brasileira. O país é rico em culturas, histórias e momentos diferentes, e essa diversidade se reflete nas telas. O projeto de recriação da cota para filmes nacionais garante que essa riqueza cultural continue a ser compartilhada com o público brasileiro, promovendo a valorização de nossa identidade única.

A exemplo de produções relativamente recentes voltadas a cultura e valores do nordeste. O mesmo se aplica a documentários, usados em importantes resgates históricos e também para retratar dramas atuais.

Mais opções para o consumidor e gratas surpresas

Além de fomentar a produção local, a recriação da cota oferece mais opções aos consumidores. O cinema deve ser um local onde os espectadores tenham a liberdade de escolher entre uma variedade de filmes, incluindo produções nacionais e estrangeiras. Embora sejamos grandes fãs do modelo hollywoodiano, em especial os Blockbuster, é preciso ampliar nos cinemas os leques de opções.

Se pararmos para pensar, é comum irmos ao cinema e ver a maioria das salas, quando não todas elas com produções estrangeiras. Isso não significa necessariamente que não existam boas produções locais, apenas que por muitas vezes estas são suprimidas por não terem o mesmo apelo econômico. Caso sancionado, a expectativa é de que a recriação da cota possa equacionar melhor esta situação e nos propiciar gratas surpresas no futuro.

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Hiago Luis

Hiago Luis

Co-fundador e redator do Dinastia Nerd, é um dos responsáveis pela administração do site. Leitor de HQs, gamer, amante de cinema, séries e documentários. Que posso dizer? Mais do que apenas ler sobre histórias, sempre quis escrever as minhas próprias. Jornalista de formação e coração, busco acima de tudo contar histórias e fazer isso aumenta meu Ki, alinha meu chakra, desperta meu sétimo sentido. CDF? Nerd? Geek? Viciado em games? Sim e com muito orgulho! E enquanto existir um leitor que precise ser informado, irei em busca da notícia, pois o Batman é o que Gotham precisar!