A contratação de seguro de carro tem sido uma questão complicada para os motoristas desde sempre. Diferente de outros países, no Brasil não é obrigatório contar com algum tipo de seguro para circular nas ruas e rodovias, além, claro, do polêmico seguro DPVAT (seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre) que no último ano ficou envolvido em uma série de controvérsias – com extinção temporária inclusive – e que hoje se mantém, mas com o menor valor desde sua criação: pouco mais de R$5.
Ainda que não seja imposto, são muitos os riscos que fazem com que as pessoas procurem diferentes opções de cobertura para o seu carro: roubos, furtos, danos por chuvas fortes, etc. Além disso, uma das principais preocupações dos motoristas é se proteger perante possíveis acidentes com consequências prejudiciais tanto para si mesmos como para terceiros, junto com a responsabilidade econômica que aquilo significa. Só em 2019, 30.371 mortes ocorreram em decorrência do trânsito brasileiro segundo dados divulgados pelo Ministério de Saúde.
Mesmo com a quantidade de perigos constantes aos que se está exposto, somente 30% dos carros existentes no país possuem algum tipo de cobertura segundo as estatísticas da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais). Quando analisadas as causas desta baixa cifra, a principal se identifica com os custos das apólices que, geralmente, são pouco acessíveis para uma importante porção da população brasileira. Para ter uma ideia de quanto um seguro pode implicar no orçamento pessoal, pode ser levado em conta o levantamento feito pela companhia Minuto Seguros que simulou os preços médios das coberturas dos carros mais vendidos em cinco capitais do país. Assim, os preços podem partir entre R$1479 até R$6715,82 (variando o valor dependendo do modelo do carro, idade da pessoa, lugar de moradia, entre outros fatores).
A chegada do Covid-19 adicionou à situação dois fatores relevantes: por uma parte a crise econômica que a pandemia trouxe com uma redução de emprego para muitos cidadãos e, pela outra, a redução de circulação de carros motivada pela necessidade de se resguardar das possibilidades de contágio e o aumento de atividades que podem ser feitas por meio da internet e sem se deslocar. Desse jeito, motoristas que tradicionalmente contavam com seguro passaram a reavaliar a necessidade do serviço procurando outras alternativas e tornando-se um desafio para as companhias.
Neste ano as coberturas “mais completas” de seguros, conhecidas como compreensivas, tem perdido espaços perante os seguros mais enxutos. Conforme observado pela TEx, uma insuretech especializada em soluções para o mercado segurador, só no período de março a julho de 2020, a contratação de seguros mais econômicos cresceu 34%.
A boa notícia para os consumidores é que, por causa da queda na arrecadação do setor de seguros de automóvel (que de janeiro a julho deste ano foi de -5,3%), muitas companhias estão oferecendo promoções e descontos tanto na hora da renovação das apólices já vigentes como para novos clientes. Ao mesmo tempo vem ganhando aceitação os seguros de cobertura intermitente (nas quais o preço é determinado pelo tempo de uso) ou pela modalidade de quantidade de quilômetros rodados.
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