Durante séculos, a barba foi vista por diversos prismas. Desde símbolo de respeitabilidade a desacordo com a moda ou não conformismo. Com o objetivo de investigar a influência desse atributo físico em distintos períodos da humanidade, o psicólogo PHD Altay de Souza transformou a curiosidade em uma tese de doutorado, publicada em 2010. O “tema da zuera”, como o próprio autor define, rendeu uma série de fatos interessantes sobre a antropologia da barba (área conhecida no ramo científico como Pogonologia). Selecionamos algumas delas:
1 – Os egípcios deixavam barba só no queixo
Como se pode verificar em diversos monumentos antigos, os egípcios tinham uma forma particular de usar barba. Entre 3000 e 1580 a.C., esse povo tinha o hábito de raspar o bigode e o rosto e só deixar os pelos faciais no queixo. Outro costume peculiar era colar uma barba postiça feita de tranças de cabelo.
2 – Alexandre o Grande ordenava que seus soldados não utilizassem barba
O conhecido rei da Macedônia, tão destacado em livros de história, ordenava que seus soldados não utilizassem barba porque, do contrário, os inimigos poderiam utilizá-la como apoio, e, dessa forma, agarrá-la em um contato corpo a corpo. Quando estava em guerra com os persas, inclusive, Alexandre exigiu que os soldados adotassem tal prática.
3 – Nações ao oriente cortavam a barba como punição a um delito
Na Antiguidade, as nações mais ao oriente tinham muita veneração pela barba. Tanto é verdade que quando um indivíduo cometia um delito, como adultério, sua barba devia ser cortada em público como forma de punição. Quando alguém tinha um débito financeiro com outra pessoa, o credor também podia requerer a barba como forma de pagamento.
4 – A rainha Elizabeth I não gostava de barba
O uso de barba na Inglaterra durante o reinado de Elizabeth I, no século 16, se tornou menos frequente. O motivo? A rainha simplesmente não gostava de barba. Por essa razão, uma taxa passou a ser cobrada das pessoas que usassem barbas longas.
5 – A barba era utilizada como meio de expressar o estado de ânimo
Em Roma, caso você deixasse a barba ou os cabelos crescerem, estaria sinalizando que estava de luto. Na Grécia era o contrário. Para indicar que a pessoa estava de luto pela perda de um ente querido, os homens cortavam-na.
6 – A barba já foi utilizada como sinal de desacordo contra a Igreja Católica
O uso de barbas compridas durante o século 15 era comum. No século 16, os clérigos não utilizavam a barba como forma de demonstrar celibato. Padres e clérigos, durante a Reforma Protestante, convencidos da reforma proposta por Calvino e Lutero, ostentavam longas barbas com o intuito de sinalizar o desacordo que tinham com a Igreja Católica. John Knox, um dos fundadores da Igreja Presbiteriana, foi um exemplo de pessoa da época que usava barbas compridas.
7 – A barba muda a percepção das pessoas
Essa última curiosidade parece ser óbvia. Pelo fato de existirem poucos estudos sobre o assunto foi que Altay de Souza resolveu investigar a representação social e a percepção que as pessoas possuem sobre o uso da barba. Por meio de um método científico conhecido como TAT (teste de apercepção temática), o psicólogo descobriu muitas informações. De modo geral, homens com barbas são vistos como sendo mais velhos, mais éticos e confiantes. Por outro lado, aqueles que não a possuem são mais associados ao fato de serem confiáveis e amigáveis. Cabe salientar que o estudo ocorreu entre 2006 e 2010, e as percepções são uma soma do contexto político e social da época.
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