(ANSA) – O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira confirmou à CPI da Covid-19 no Senado nesta quinta-feira (1º) que recebeu um pedido de propina do então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em uma negociação para compra de vacinas.
Em depoimento à comissão parlamentar de inquérito, Dominguetti disse que a cobrança foi feita “exclusivamente” por Dias e correspondia ao valor de US$ 1 por dose (valor equivalente a quase R$ 5).
O policial alegou na CPI que trabalhava como representante da empresa Davati Medical Supply, que dizia ter 400 milhões de doses do imunizante anti-Covid da AstraZeneca, embora a multinacional anglo-sueca garanta que não usa intermediários para negociar vacinas.
“A informação que nós tínhamos era que o dono da Davati [Herman Cardenas] tinha acesso a alocadores do mercado que eram os proprietários dessa vacina”, declarou a testemunha, acrescentando que não sabia se a empresa tinha contrato com a AstraZeneca.
Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Dominguetti afirmou que trabalhava como intermediário em negociações de insumos farmacêuticos para “complementar renda”.
De acordo com ele, o pedido de propina foi feito durante um jantar em um restaurante em Brasília, na presença do tenente coronel do Exército Marcelo Blanco, que assessorava Dias, e de um “empresário” que, segundo o PM, ficava fazendo “anotações” em uma prancheta – Dominguetti disse não se lembrar do nome desse suposto empresário.
Após a revelação do escândalo, Dias foi exonerado do Ministério da Saúde.
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