(ANSA) – A Coreia do Norte realizou seu quinto teste nuclear no país nesta sexta-feira (9) e, segundo a TV estatal “KCTV”, ele foi executado com “sucesso”. O exercício ocorreu no dia dos 68 anos da fundação da República Democrática da Coreia, ocorrida em 9 de setembro de 1948, por iniciativa de Kim Jong-sung.
“Nossos cientistas conduziram uma detonação de uma ogiva nuclear em teste no norte do país. O Partido enviou uma mensagem de felicitações para a realização do teste bem-sucedido”, disse a emissora.
Segundo especialistas, esse foi a maior explosão atômica desde a bomba lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, em 1945, e causou um terremoto de 5,3 graus na escala Richter. O teste anterior havia sido realizado em janeiro e provocou uma série de sanções internacionais pesadas, que isolaram ainda mais o país comandado por Kim Jong-un.
A realização do teste causou reações imediatas em todo o mundo. Único grande parceiro dos norte-coreanos, o governo da China condenou a ação e informou que irá fazer um protesto formal contra a Coreia do Norte.
De acordo com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, o embaixador de Pyongyang será notificado oficialmente ainda hoje. A representante destacou que esse é o último ato dos norte-coreanos para desestabilizar as relações na península coreana e citou que também não concorda com o uso de um sofisticado sistema antimíssil na vizinha Coreia do Sul, dado pelos EUA.
Já o presidente norte-americano, Barack Obama, disse que seu país irá manter o “inquebrável empenho pela segurança dos nossos aliados na Ásia e em todo o mundo” e informou que continuará a “consultar nossos aliados e parceiros nos próximos dias para garantir que as ações provocatórias da Coreia do Norte terão consequências muito sérias”.
O secretário de Estado, John Kerry, que está em Genebra para discutir com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, a crise na Síria, demonstrou “profunda preocupação” pelos novos testes. Os dois devem debater mais esse problema no encontro na Suíça.
Lavrov se manifestou formalmente e disse que seu país “enviará um forte sinal à Coreia do Norte sobre a necessidade de respeitar as resoluções das Nações Unidas”. Em nota, a Chancelaria da Rússia afirmou ainda que “o teste nuclear ameaça seriamente a paz e a segurança na península coreana além da região da Ásia no Pacífico. A Rússia insiste que a Coreia do Norte deve abandonar o programa de mísseis nucleares e retorne ao regime de não proliferação”.
A alta representante da União Europeia para a Segurança e a Política Externa, Federica Mogherini, ressaltou que já entrou em contato com a ONU sobre o tema e disse esperar “que o Conselho de Segurança da ONU se ocupe com a questão e assuma uma posição firme e eficaz”.
“O caminho é claro e não há alternativa. [A Coreia do Norte] precisa respeitar as suas obrigações e abandonar todas as armas e programas nucleares, de maneira completa, verificável e irreversível”, disse ainda Mogherini.
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