Esportes

Como seria o futebol da Catalunha em caso de independência?

(ANSA) – Após o Parlamento catalão aprovar a lei que garante o direito da região a realizar um plebiscito para se separar da Espanha, um clima de tensão foi instaurado no país. A comunidade autônoma ignorou todas as repreensões do governo espanhol e decidirá seu futuro nas urnas, no dia 1º de outubro.

A Catalunha tem pouco mais de 7,5 milhões de habitantes, e sua independência causaria muitos problemas econômicos e políticos para a Espanha, já que a região responde por 19% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, principalmente nos setores de exportação, indústria e turismo. No entanto, uma eventual ruptura catalã afetaria também o futebol espanhol.

O Barcelona no futebol catalão

A região da Catalunha tem como seu principal clube o Barcelona, que, por ser uma das potências do futebol mundial, é muito importante comercialmente para o Campeonato Espanhol e a Federação Espanhola.

Caso fosse criado um Campeonato Catalão, o Barcelona poderia perder força, principalmente por conta do baixo nível de seus possíveis adversários. Além disso, o time dificilmente conseguiria manter o mesmo patamar de investimentos caso atuasse apenas contra rivais regionais.

Mas o clube blaugrana não seria o único prejudicado. A Uefa também só tem a perder com uma eventual secessão, já que o novo país precisaria se filiar à entidade, e o Barça, esperar algum tempo para voltar à Liga dos Campeões da Europa, que sofreria queda de audiência e de interesse com a ausência de uma de suas estrelas.

Uma das opções para o Barcelona evitar tal cenário seria imitar o Swansea, equipe do País de Gales que, devido à fragilidade da liga nacional, disputa o Campeonato Inglês. No entanto, é incerto como reagiria a torcida blaugrana caso o clube abandonasse sua região.

O Campeonato da Catalunha

Atualmente, apenas três clubes da Catalunha disputam a elite do futebol espanhol: Barcelona, Espanyol e Girona. Já na segunda divisão, estão Gimnàstic de Tarragona e Reus Deportiu. O restante dos times pertence a divisões inferiores, principalmente a terceira e a quarta.

Para sobreviverem em um novo torneio nacional, as pequenas equipes catalãs precisariam de investimentos, cenário que poderia levar ao renascimento de agremiações históricas, como o Club Esportiu Jupiter, hoje amador, e o Català FC, que foi o maior rival do Barça no início do século 20.

As seleções da Espanha e da Catalunha

Sem os jogadores catalães, a seleção da Espanha perderia peças importantes, como Jordi Alba, Gerard Piqué, Sergio Busquets e Martín Montoya, mas teria condições de repor parte desses nomes com jovens de Real Madrid, Atlético de Madrid e Sevilla, por exemplo. Já a base do time catalão dependeria de Barcelona e Espanyol.

A seleção da Catalunha já existe, mas não disputa torneios oficiais. Seu maior artilheiro, Sergio García, ídolo do Espanyol, tem oito gols pela equipe.

Opinião dos jogadores

O técnico do Manchester City, Pep Guardiola, treinou o Barcelona e é um defensor entusiasmado do plebiscito, já tendo participado de diversas manifestações em defesa da autodeterminação catalã.

“Os cidadãos da Catalunha demonstraram mais uma vez sua civilização. Nestas situações, não é fácil se controlar, e eles o fizeram. Estamos em boas mãos, as pessoas que nos conduzem farão o que a gente pede”, disse recentemente.

O zagueiro Gerard Piqué, do Barcelona, é outro a favor da separação, apoiando a causa nas redes sociais. “A partir de hoje e até domingo, vamos nos expressar pacificamente. Não vamos lhes dar razões. Isso é o que eles querem. Cantemos bem alto e forte”, escreveu no Twitter.

Rival de Piqué em campo e fora dele, Sergio Ramos, do Real Madrid, ironizou a mensagem. “O tuíte de Piqué não é o mais indicado se ele quer que não o vaiem. Talvez não seja a melhor mensagem para o grupo, mas cada um é livre para dizer o que pensa”, disse.

Por fim, o técnico da Espanha, Julen Lopetegui, quer a permanência do zagueiro do Barcelona na seleção espanhola. “Ele estará aqui, conosco, e tenho certeza que com o mesmo comprometimento e a vontade de sempre, porque sei que ele dá a vida pelo país. Sobre questões que não dizem respeito ao campo, não posso opinar”, concluiu.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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