A poluição do ar por combustíveis fósseis causa cerca de 20% das mortes prematuras entre adultos em todo o mundo, sugere um estudo publicado na terça-feira (09) na revista Science Direct.
Os autores do trabalho contabilizaram mais de oito milhões de mortes prematuras em 2018 atribuídas a partículas poluentes de 2,5 mícrons de diâmetro (PM2,5) emanadas durante a queima de óleo, gás e, principalmente, carvão.
Cerca de metade desse número vem da China e da Índia, enquanto Bangladesh, Indonésia, Japão e Estados Unidos registraram, cada um, quase um milhão de mortes.
Na Ásia, o mesmo fator foi responsável por um quarto ou mais da mortalidade em meia dúzia de países.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores utilizaram o GEOS-Chem, um modelo tridimensional da composição química da atmosfera que divide a superfície terrestre em blocos de 50 por 60 quilômetros, desenvolvido pela NASA.
Dessa forma, eles traçaram as origens da poluição – incluindo os setores de energia e industrial, além de transporte marítimo, terrestre e aéreo – e combinaram esses dados com simulações de circulação de ar da agência aeroespacial americana.
Por fim, consideraram as fontes poluentes com base no mapa demográfico, avaliando o impacto das emissões na saúde da população.
“Discutimos frequentemente os perigos da combustão de combustíveis fósseis no contexto do dióxido de carbono e das mudanças climáticas, e negligenciamos os potenciais impactos à saúde”, disse Joel Schwartz, professor de epidemiologia ambiental da Universidade de Harvard (EUA) e um dos autores do publicação.
O estudo conclui que a possibilidade de evitar milhões de mortes prematuras deve se tornar um poderoso estímulo adicional na implementação de políticas em favor das energias renováveis.
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