(ANSA) – A Nasa está preparando o lançamento da missão Osiris-Rex para coletar 60 gramas de material do asteroide Bennu, que orbita próximo à Terra, para estudar a composição do astro. A missão será enviada ao espaço no dia 8 de setembro, atingindo o asteroide em agosto de 2018, e deverá voltar para o planeta em 2023.
A Osiris-Rex, uma abreviação de Origins Spectral Interpretation Resource Identification Security – Regolith Explorer, é a primeira a ser realizada pela agência norte-americana com esse objetivo.
Porém, essa será a terceira vez que uma equipe traz para o planeta uma amostra de um astro desse tipo. O Japão, através da nave espacial Hayabusa, retirou mínimas partes de um asteroide em 2010, chegando a Terra no ano passado, e coletou outra amostra em 2015 que deverá chegar para análise em 2020.
Os equipamentos espaciais já chegaram ao Cabo Canaveral, última etapa em terra da missão, e os ajustes estão sendo finalizados.
Erros em medições
Em meio ao anúncio do lançamento da nova missão, o bilionário Nathan Myhrvold, acusou a Nasa de ter cometido uma “irregularidade após a outra” durante a missão NeoWise, que utiliza o telescópio Wise, que media o tamanho de asteroides no espaço.
Segundo Myhrvold, a agência espacial teria “erros fundamentais” na análise de mais de 157 mil astros próximos à Terra (os chamados Neo), em falhas que variariam em 30% e 300% nos números apresentados.
Os especialistas da Nasa rebateram as acusações e afirmaram que os dados apresentados são coerentes com as medidas obtidas por outros dois telescópios, o Akari e o Iras, desenvolvidos em uma parceria dos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda.
O responsável pelo centro de coordenação de Neo na Agência Espacial Europeia (ESA), Ettore Perozzi, também criticou o artigo do bilionário – que é apaixonado por tecnologia espacial e considerado um visionário.
“Medidas desse tipo não são fáceis de obter porque se tratam de estimativas indiretas onde cometer erros é possível. Mas, acusar a Nasa dessa maneira me parece desonesto. Apenas 10% dos Neo são conhecidos e passíveis de medidas mais refinadas e qualquer esforço para aumentar esse percentual é bem-vindo”, disse Perozzi.
De maneira geral, as estimativas de dimensões dos asteroides são baseadas na luminosidade, que fornece indicações sobre a composição e o diâmetro, ou sobre o calor que esses pequenos corpos celestes emitem. Segundo Perozzi, uma das maneiras para calibrar os modelos existentes e para verificar se uma certa composição corresponde a uma certa luminosidade é analisar diretamente um asteroide, como a Nasa está se preparando para fazer com a missão Osiris-Rex.
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