A China confirmou que irá construir uma estação de pesquisa na Lua até o ano de 2035, em parceria com a Rússia, que irá rivalizar com o Lunar Gateway da Nasa – agência espacial norte-americana.
Funcionários da Administração Espacial Nacional da China (CNSA, sigla em inglês), a agência espacial nacional do país, confirmaram os planos para a construção da Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS, sigla em inglês) na noite da última sexta-feira (28)
Rússia e China pretendem concluir a construção da infraestrutura básica para o ILRS até 2035, disse Wu Yanhua, vice-diretor da CNSA, em um comunicado em Pequim. A infraestrutura inclui sistemas de energia, comunicação e suporte à vida na base lunar, informa a Bloomberg Quint. O projeto estará aberto à adesão de outros países.
O ILRS irá rivalizar com o Lunar Gateway da Nasa, que deve desempenhar um papel ‘vital’ no próximo programa Artemis da agência espacial dos EUA.
Diferentemente do projeto de China e Rússia, que além de orbitar a Lua terá uma base em sua superfície e vários rovers de exploração, o Lunar Gateway da agência espacial norte-americana apenas orbitará nosso satélite natural.
Rússia e Nasa
A Rússia já havia manifestado interesse em colaborar no programa Lunar Gateway da Nasa, e uma declaração conjunta informal foi assinada pela Roscosmos (agência espacial da Rússia) e pela agência espacial norte-americana em 27 de setembro de 2017. No entanto, a Roscosmos anunciou formalmente em janeiro de 2021 que não participaria do programa.
Descrito como um ‘componente vital’ do programa Artemis da Nasa, o Lunar Gateway será uma pequena estação espacial orbitando a lua, atuando como um ‘posto avançado multifuncional’.
Astronautas na Lua
A China planeja pousar seus primeiros astronautas na Lua já em 2030, de acordo com o especialista da Academia Chinesa de Engenharia, Long Lehao. O país sempre planejou enviar humanos para a superfície lunar, mas seria no final da década de 2030, após várias missões de rover e sonda.
A China também acaba de aprovar mais três missões à lua – Chang’e 6, 7 e 8 – com lançamento a partir de 2024.
O anúncio do programa ILRS é um sinal de cooperação mais estreita entre a Rússia e a China. O país asiático foi notavelmente impedido de participar do projeto de construção da Estação Espacial Internacional (ISS) pelos EUA.
Em sua história de 20 anos, nenhum cidadão chinês jamais esteve a bordo da ISS, que é operada por cinco agências espaciais – NASA (EUA), Roscosmos (Rússia), JAXA (Japão), ESA (Europa) e CSA (Canadá).
Como resultado, a China começou no ano passado a construir sua própria estação espacial, chamada Tiangong, que significa “palácio celestial”, para rivalizar com ela.
A ISS, atualmente em órbita, levou 10 anos e mais de 30 missões para ser montada desde o lançamento do primeiro módulo em 1998.
O módulo Tianhe da nova estação espacial da China – que foi o primeiro módulo a ser lançado, em abril do ano passado – forma o principal alojamento dos tripulantes em Tiangong, que terá uma vida útil de pelo menos 10 anos. Uma vez concluída, a Estação Espacial Tiangong pesará cerca de 66 toneladas, muito menor que a ISS, que lançou seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 450 toneladas.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.