A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, defendeu que a inclusão de adolescentes no mercado de trabalho por meio da aprendizagem profissional constitui caminho importante para reduzir o trabalho infantil.
“Estamos ampliando nossas ações de aprendizagem. Uma das grandes metas que temos no Brasil para 2016. Queremos também a ampliação dos cursos de qualificação profissional. Com o aumento de vagas nas escolas técnicas nos últimos anos, muitos jovens passaram a ter mais interesse na profissionalização”, afirmou Campello, na sexta-feira (29).
A chefe da pasta participou do programa Bom Dia Ministro e falou sobre o desafio de se combater o trabalho infantil. Segundo a chefe da pasta, a exploração de crianças e adolescentes deixou de ser um fenômeno específico da pobreza e se concentra agora na cultura de valorização do trabalho e de acesso a bens.
A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que a ocupação infantil está concentrada entre os maiores de 14 anos e nas famílias com renda acima de um salário mínimo mensal por pessoa. A maioria está na escola.
A Pnad mostrou ainda que trabalho infantil caiu 43,6% entre 2004 e 2014. Campello salientou que políticas sociais como o Bolsa Família e outras iniciativas de combate à pobreza e à extrema pobreza favoreceram essa redução. “As ações de apoio à agricultura familiar, como créditos, assistência técnica, melhorou a renda das famílias e tirou as crianças do trabalho no campo, onde havia um alto índice de trabalho infantil.”
Para continuar a reduzir a quantidade de crianças e adolescentes que se encontram nessas condições, a ministra explicou que o governo federal conta com o apoio da sociedade civil. Audiências públicas estão sendo realizadas em todo País, principalmente nas regiões com maior índice de trabalho infantil.
“Estamos reunindo vários atores da sociedade que podem nos ajudar a pensar estratégias locais para que a gente traga a criança para a escola e leve o jovem que quer trabalhar para uma situação de trabalho regularizado”, concluiu a chefe da pasta.
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