Um bebê de um ano e três meses morreu em setembro, vítima de meningoencefalite causada pela ameba Naegleria fowleri, conhecida como “ameba comedora de cérebro“. A confirmação veio nesta quarta-feira (11) através de testes laboratoriais realizados pela Secretaria Estadual de Saúde do Ceará.
A criança, residente de um assentamento rural em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, apresentou inicialmente febre, irritação e vômito, sintomas que evoluíram rapidamente para complicações neurológicas. A presença do parasita foi confirmada por exames de necrópsia.
Investigações da Secretaria de Saúde indicam que a fonte de infecção foi a água do açude que abastece o assentamento. Apesar da criança não ter tido contato direto com o açude, a água utilizada na residência, proveniente do mesmo reservatório, passava por um tratamento inadequado.
Testes realizados na cisterna da casa confirmaram a presença da Naegleria fowleri, levando à recomendação de desinfecção do local. Autoridades de saúde realizaram uma análise retrospectiva na região, mas não encontraram outros casos semelhantes.
Este é o primeiro caso confirmado por exames no Brasil, embora haja registro de uma possível morte pelo mesmo agente infeccioso em São Paulo, em 1975. A Naegleria fowleri é uma ameba de vida livre encontrada em rios e lagos, principalmente em águas quentes.
A infecção ocorre exclusivamente pela via nasal, geralmente durante mergulhos em locais contaminados, e não por ingestão de água ou contato interpessoal. O diagnóstico é complexo, pois os sintomas se assemelham aos da meningite bacteriana, e não há tratamento específico para a infecção. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, que registrou cerca de 160 casos desde a década de 1960, indicam uma taxa de mortalidade próxima a 98%.
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