A Starlink, empresa de internet via satélite pertencente ao bilionário Elon Musk, anunciou nesta terça-feira (3) que irá bloquear o acesso à rede social X no Brasil. A decisão ocorre poucos dias após a própria empresa ter afirmado que não acataria a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de suspender o funcionamento da plataforma no país.
Em comunicado oficial, a Starlink explicou que está cumprindo a ordem do STF: “Seguindo a ordem da semana passada de Alexandre de Moraes, que congelou as finanças da Starlink e nos impediu de realizar transações financeiras no Brasil, estamos respeitando a ordem de bloqueio de acesso ao X no país sul-americano.”
A empresa teve suas contas bloqueadas por determinação de Moraes, como forma de garantir o pagamento das multas aplicadas à rede social, que não possui mais uma representação oficial no Brasil e foi acusada de desrespeitar decisões judiciais.
Tensão entre Musk, Lula e Moraes
A decisão do STF de bloquear a rede social X acontece em um contexto de grande pressão política. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi claro ao afirmar que a Starlink enfrentaria sanções ainda mais severas, incluindo a possível revogação de sua concessão para operar no Brasil, caso não cumprisse a ordem judicial de bloqueio da rede social.
Elon Musk, conhecido por sua postura direta, respondeu de forma contundente, criticando tanto o ministro Alexandre de Moraes quanto o presidente Lula. Em declarações públicas, Musk expressou o desejo de ver Moraes “preso em breve” e atacou Lula, sugerindo que ele deveria ficar “empobrecido” e “viajar em aviões comerciais” após um confisco futuro de seus bens.
Musk ainda foi além, referindo-se a Moraes como “um pseudojuiz não eleito que está destruindo a liberdade de expressão no Brasil por razões políticas“. Essa retórica encontrou eco entre os apoiadores de direita, que enxergam em Moraes o principal opositor do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão de bloquear a rede social X chega em um momento delicado, em meio a uma profunda polarização política no Brasil, especialmente com a aproximação das eleições municipais em outubro. Esse conflito adiciona mais tensão ao cenário político já aquecido, onde cada ação do governo e do Judiciário é intensamente observada e debatida.
Na última quinta-feira (29/08), o ministro Moraes estabeleceu um prazo de cinco dias para que todas as operadoras de internet em território brasileiro bloqueassem a plataforma X. A Starlink, que conta com aproximadamente 225 mil clientes no Brasil, principalmente na região amazônica, agora se encontra em uma situação complicada, tentando equilibrar suas operações no país e o cumprimento das leis locais.
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