Uma ação conjunta das polícias federal e militar do Rio Grande do Norte culminou com a prisão, na sexta-feira (27), em Pipa, no litoral sul do RN, do americano Victor Arden Barnard, de 53 anos, um dos homens mais procurados dos Estados Unidos. Ele é acusado de ser líder de uma seita na qual ele abusava sexualmente de jovens, alegando que ele próprio representava “Jesus na carne” e por isso as garotas permaneceriam puras para sempre.
De acordo com superintendente adjunto da Polícia Federal no RN, Paulo Henrique Rocha, a suspeita é de que Barnard estivesse vivendo em Pipa desde 2012. Além do americano, uma mulher brasileira que seria proprietária da casa em que ele vivia também foi presa.
Nos Estados Unidos, Barnard é acusado de agredir sexualmente meninas entre 12 e 13 anos que viviam com ele na comunidade River Road Fellowship, em Finlayson, no estado de Minnesota. De acordo com a polícia americana, ele se referia as meninas como “donzelas”.
O estrangeiro estava entre os 15 foragidos mais procurados pelo U.S Marshals, do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e seu nome consta na Difusão Vermelha da Interpol. De acordo com informações da PF, em meados dos anos 2000, Victor se juntou a ‘River Road Fellowship’, uma espécie de igreja cristã. Pouco tempo depois, ele criou um grupo de jovens meninas chamado de “Maidens” ou “Alamote”, segundo a denúncia. O grupo, que tinha 50 membros, pregava que as meninas deveriam permanecer virgens e nunca se casar.
Um dos fatos que mais preocuparam os policiais, além das 59 acusações de abusos sexuais nos Estados Unidos, foi o fato de que o acusado estaria combinando um suicídio coletivo com as mulheres que participavam da seita. “A polícia americana entrou em contato conosco afirmando que a seita estaria se reunindo novamente. A partir daí passamos a investigar se pessoas que participam da seita estariam vindo para o Brasil. Conseguimos confirmar movimentação de cerca de 21 pessoas que participavam da seita. Eles entravam no país e saíam alguns dias depois. Com isso a preocupação aumentou, mas felizmente conseguimos efetuar a prisão antes que qualquer coisa pior acontecesse”, disse André Peron.
Segundo o U.S Marshal, o líder religioso era uma “ameaça significativa” é acusado de fugir para evitar processos. A recompensa para quem capturá-lo era de 25 mil dólares. “Sabíamos dessa recompensa, mas em nenhum momento isso foi o mais importante nessa operação. O que queríamos mesmo era retirar de circulação um homem considerado altamente perigoso. Mesmo ele sendo procurado apenas nos Estados Unidos, como ele estava em território brasileiro, tínhamos a obrigação de prender esse criminoso. Agora vamos cuidar dos trâmites legais para que ele pague por todos os crimes que cometeu”, finalizou Pedro Henrique.
As informações são do Portal BO*
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