As plataformas de transporte de passageiros e entregas estão avaliando compensações ao reajuste dos combustíveis para os motoristas de transporte de passageiros e motoentregadores. A Uber anunciou que haverá um reajuste temporário de 6,5% nos preços a ser aplicado nas viagens a partir da próxima semana. Segundo a empresa, o objetivo é ajudar os motoristas a lidar com o pico de alta em seus custos operacionais.
Já a 99 anunciou que vai reajustar em 5% por quilômetro rodado no ganho do motorista. Segundo a plataforma, o acréscimo será implementado já nos próximos dias, nas 1.600 cidades onde a empresa opera. A plataforma disse ainda está testando um “subsídio” para acompanhar as flutuações dos combustíveis, tanto para cima quanto para baixo. Após os testes, o novo recurso seria implementado, mas ainda sem data definida.
O iFood informou que “está acompanhando o cenário”. Segundo a empresa, a plataforma “segue dialogando com os entregadores como parte do processo de escuta que já resultou em medidas para a categoria na questão de ganhos, bem-estar e transparência“. O iFood, no entanto, não anunciou se irá reajustar suas tarifas neste momento.
A grande maioria dos motoristas de aplicativos e entregadores dizem que a situação tornou-se insustentável após a nova escalada de preços dos combustíveis. Eles agora calculam o impacto do aumento na atividade profissional. Para muitos, a disparada dos preços — que no caso da gasolina foi de 18,8% — poderá inviabilizar a continuidade do trabalho.
Segundo dados mais recentes do IBGE, a inflação acumulada nos últimos 12 meses para os combustíveis no Brasil é de cerca de 44%. Para o economista André Braz, do Ibre-FGV, em entrevista ao Extra, o impacto ainda pode se aprofundar com um possível aumento nos preços também do GNV, combustível bastante usado por motoristas de aplicativos do Brasil.
Novos valores
O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passou de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba, ou seja, um aumento de R$ 0,54 por litro.
Já para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passou de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba, um aumento de R$ 0,81 por litro.
No caso do GLP, o preço médio de venda para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por cada botijão de 13 quilos (P13) – refletindo um reajuste médio de R$ 0,62 por quilo.
No Rio Grande do Norte, o gás de cozinha já custa R$ 130.
Justificativas da Petrobras
A companhia esclareceu que novos valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial, e que a empresa mantém o monitoramento contínuo do mercado “nesse momento desafiador e de alta volatilidade”.
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