Na noite desta segunda-feira (9), um tremor de terra de magnitude 1.7 foi registrado no município de Riachuelo, localizado a aproximadamente 71 km de Natal, capital do Rio Grande do Norte. O abalo sísmico foi detectado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) às 00h59 UTC (21h59 no horário de Brasília). Segundo o laboratório, moradores relataram sentir o tremor em suas casas, com janelas e portas balançando e um estrondo contínuo acompanhando o fenômeno.
O impacto do tremor também foi sentido em cidades próximas, como São Paulo do Potengi, conforme indicaram relatos da população. Apesar da percepção clara do evento, até o momento, não foram registrados danos materiais ou destruição significante.
Falha de Samambaia e causas do tremor
De acordo com o professor Eduardo Menezes, geofísico da UFRN, o tremor ocorreu na conhecida Falha de Samambaia, uma fissura tectônica com aproximadamente 40 km de extensão, famosa por estar associada a eventos sísmicos frequentes na região, como os terremotos de João Câmara. “Esses tremores são causados pelas falhas que entram em movimento devido a pressões sofridas no interior da terra“, explicou Menezes.
Embora a magnitude registrada seja relativamente baixa, o professor esclareceu que a sensação foi intensificada devido à proximidade do evento com a superfície. “Mesmo com baixa magnitude, a localização mais rasa do abalo faz com que a população perceba o tremor de forma mais acentuada“, completou o especialista.
Outro fator que contribuiu para a percepção do sismo foi o horário. Com a redução dos ruídos urbanos, como o trânsito e as atividades cotidianas, o tremor se tornou mais evidente para os moradores, muitos dos quais já estavam deitados ou em repouso no momento do ocorrido.
Monitoramento contínuo no RN
Este não foi o único evento sísmico recente no Rio Grande do Norte. O último tremor registrado no estado ocorreu no município de Parelhas, em 06 de agosto, com magnitude de 2.0 mR, conforme apontado pelo LabSis/UFRN. A equipe de pesquisadores monitora ativamente a atividade sísmica no RN e em toda a região Nordeste, fornecendo informações para órgãos como a Defesa Civil.
Apesar do acompanhamento constante, os cientistas alertam que não existe um sistema capaz de prever tremores de terra com antecedência. “Podemos monitorar e analisar os eventos, mas prever quando e onde um novo tremor ocorrerá ainda está fora do alcance da tecnologia atual“.
O LabSis destaca ainda que é comum o registro de tremores de baixa magnitude na região, especialmente ao longo da Falha de Samambaia. No entanto, eventos de maior impacto são raros, e o monitoramento busca garantir a segurança da população, oferecendo informações rápidas e precisas sobre os abalos sísmicos.
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