O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN) e a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV-RN) ingressaram na Justiça contra o Governo do Estado.
A medida foi necessária diante da desmobilização no atendimento à população prestado pelo Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira dos Santos, unidade de referência no Rio Grande do Norte em cirurgias vasculares e principal porta de entrada de pessoas com risco de perda dos membros inferiores, principalmente pacientes diabéticos e com isquemia nos membros inferiores.
Para as duas entidades, as transferências de pacientes realizadas por determinação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) para outros hospitais da rede pública, sem estrutura adequada para atender a demanda vascular e ortopédica, “configura um desmonte no serviço especializado fornecido pelo Ruy Pereira e uma nova ameaça de fechamento”.
Sinmed-RN e SBACV-RN destacam a preocupação com o destino desses pacientes e “com as políticas públicas elaboradas pelo Governo do Estado que resultam em prejuízos na qualidade de vida dos pacientes portadores de doença vascular”.
Problema antigo
Em janeiro deste ano, o Sindicato dos Médicos visitou o hospital e constatou a carência de leitos, dificuldades no abastecimento de medicamentos e materiais, além de problemas estruturais do prédio.
Passados oito meses, pouca coisa mudou. Apesar das condições precárias enfrentadas pelos profissionais que atuam no Ruy Pereira, os pacientes continuam recebendo o benefício do atendimento especializado.
Governo desmobiliza para fechar
Em junho de 2019, o Governo do Estado, por meio da Sesap, anunciou o encerramento das atividades no Hospital Ruy Pereira até o mês de agosto daquele ano, com a promessa de distribuir os pacientes em outros hospitais da rede pública.
Com o entendimento da Justiça Potiguar de que nenhum outro hospital teria condições de prestar o serviço, a Sesap recuou e decidiu manter o funcionamento.
Em fevereiro de 2020, a Sesap iniciou a transferência dos serviços realizados no Ruy Pereira para o Hospital da Polícia Militar (integrado a rede pública desde novembro de 2019) e deu início ao processo de desmonte do hospital referência em cirurgias vasculares e no tratamento para pessoas diabéticas.
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