A Polícia Civil investiga se Alex Moreira da Silva, conhecido como Bila, o principal suspeito de matar a adolescente Maria Fernanda da Silva Ramos, de 12 anos, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, pode ter envolvimento em outros crimes semelhantes. Alex, de 35 anos, ex-vizinho da família e pedreiro, confessou ter estuprado e espancado a menina, levando a Polícia a suspeitar de uma possível reincidência em crimes graves.
Em entrevista, o delegado Márcio Lemos, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que a polícia está traçando um perfil psicológico do suspeito para entender o grau de frieza e o conhecimento demonstrado para encobrir provas. “O perfil é um próximo passo importante, até para saber se existe a possibilidade de ele já ter cometido algum crime da mesma natureza, porque ele demonstrou uma frieza e um conhecimento muito grande de se desfazer das provas”, afirmou Lemos.
Alex foi preso na segunda-feira (4), na comunidade de Arenã, em São José de Mipibu. Em depoimento, ele detalhou como cometeu o crime e apontou o local onde queimou o carro utilizado e onde enterrou o corpo de Maria Fernanda, próximo à BR-101, na cidade de Extremoz.
Segundo a Polícia, ele teria utilizado um carro modelo Strada vermelho que aparece em imagens de câmeras de segurança da rua onde a menina foi vista pela última vez.
Dinâmica do crime e investigação
Maria Fernanda desapareceu na quinta-feira (31/10) quando saiu de casa, no bairro Golandim, para ir à Escola Municipal Genésio Cabral. Imagens obtidas pela polícia indicam que a menina teria aguardado o suspeito por volta das 12h30, sugerindo um encontro premeditado. Entretanto, a família da adolescente contesta essa versão, alegando que ela não teria motivos para marcar um encontro com Alex.
Na sexta-feira (1º/11), após receber informações de que a jovem foi vista entrando em um carro vermelho, a família registrou um boletim de ocorrência. O Ministério da Justiça ativou o Amber Alert, sistema nacional de alerta de desaparecimento de crianças, que desde agosto de 2023 ajuda na localização de menores desaparecidos. Ainda na sexta-feira, o motorista inicialmente suspeito foi localizado e descartado pela polícia, dando sequência às investigações que chegaram até Alex.
Durante o interrogatório, o pedreiro não apresentou qualquer histórico criminal, mas demonstrou um comportamento calculista ao descrever como eliminou provas. Segundo a Polícia Civil, a frieza de Alex no relato chamou a atenção dos investigadores. O laudo pericial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), ainda aguardado, trará mais detalhes que podem confirmar ou esclarecer a dinâmica dos crimes relatados.
Atualmente, Alex está sendo investigado por estupro de vulnerável, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Se condenado, a soma das penas máximas pode ultrapassar 50 anos de reclusão, conforme a legislação brasileira. Pela gravidade dos crimes, a Polícia Civil dá sequência à análise do perfil do suspeito, buscando indícios de outros possíveis delitos que ele possa ter cometido antes deste caso.
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