Com um caso já confirmado até o momento, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) declarou, durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (14), que o Rio Grande do Norte está em situação de alerta contra o sarampo. A preocupação do governo estadual é devido à reintrodução do vírus no país através do estado de São Paulo que hoje vive uma situação de surto da doença, além da cidade de Natal receber diariamente grande quantidade de turistas advindos da região Sudeste.
De acordo com a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica, Alessandra Lucchesi, devido a situação de reinserção do vírus no país, as pessoas precisam estar atentas porque o vírus do sarampo está circulando e apresenta sintomatologia inicial muito semelhante à dengue, zika e chinkungunya.
O único caso confirmado até o momento foi de um paciente do sexo masculino de 54 anos que já está curado e já desenvolve as atividades profissionais normalmente. Esse primeiro exame realizado no RN deu reagente para sarampo e a amostra levada para o laboratório de referência nacional no Rio de Janeiro retornou como detectável para o vírus do sarampo.
A criança de 1 ano e seis meses, do sexo feminino, internada no hospital Maria Alice Fernandes é um caso provável porque apenas o exame feito no estado deu reagente, ainda falta retornar o resultado do exame do laboratório de referência nacional. A paciente deu entrada no hospital dia 11 e, já no dia 12, a Sesap realizou os procedimentos padrões do processo investigativo com o bloqueio vacinal em cerca de 50 pessoas, entre familiares e profissionais de saúde.
Os outros três casos, que estão em investigação, são de um paciente que ainda não tem nenhuma amostra processada até o momento, e os outros dois são de pacientes cujos exames deram reagentes para sarampo e outros vírus. “As amostras foram enviadas ao Rio de Janeiro mas ainda não retornaram. Fora isso, o RN já teve quatro casos suspeitos que foram descartados porque os exames não deram reagentes”, informa.
Processo de investigação
A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap explica que todo caso suspeito de sarampo demanda um processo de investigação. “Foram pessoas que apresentaram sintomatologia suspeita para sarampo como manchinhas vermelhas na pele, associadas à febre, coriza, conjuntivite, tosse ou manchinhas na mucosa da boca (sinais de koplik). Os casos em investigação ainda não possuem resultados laboratoriais ou tiveram exames reagentes para sarampo e outros vírus”, esclarece Lucchesi.
No processo de investigação, a Sesap elenca todo o trajeto do paciente no período de transmissão da doença, que é de seis dias antes do aparecimento das manchinhas e até 4 dias depois. Seguindo os passos do trajeto, é feito o bloqueio vacinal das pessoas que tiveram contato com o paciente nas últimas 72 horas com uma dose da tríplice vacina viral. O objetivo é cortar a transmissão do vírus nas pessoas que não apresentam comprovação vacinal de acordo com a faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde.
A vacina tríplice viral sempre esteve disponível nas unidades básicas de saúde e em todas as salas de vacina disponíveis do território estadual. É uma vacina que faz parte do calendário nacional de vacinação.
SINTOMAS – Os principais sintomas do sarampo são mal-estar geral, febre, tosse e coriza, conjuntivite, manchinhas vermelhas na pele e manchas brancas na muscosa da boca. A recomendação é que crianças a partir de um ano e adultos até 49 anos que não se vacinaram procurem os postos municipais. Outra recomendação especial é que as crianças com idade a partir de seis meses com viagem marcada para estados com surto de sarampo sejam antes vacinadas.
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