Os servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) lotados nos Hospitais Universitários do Rio Grande do Norte – Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) e Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB) – decidiram, em assembleia, deflagrar greve a partir da próxima quarta-feira (20).
Alguns serviços serão suspensos durante a greve, sem previsão da normalidade dos atendimentos. Já os servidores que são vinculados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) continuarão trabalhando normalmente.
De acordo com o Sindicato Estadual dos Trabalhadores de Empresas Públicas de Serviços Hospitalares do RN (Sindserh), a greve é reflexo do atraso nas negociações com a empresa, após 7 meses de tratativas. Ainda segundo o sindicato, a EBSERH ofereceu reajuste salarial abaixo da inflação, redução de 12 para 5 dias no direito ao acompanhamento de dependentes legais a consultas médicas, se recusou a conceder aos empregados públicos o direito a titulação, previdência complementar e jornada de trabalho em escala 12×36 horas diurna durante a semana.
Ficou estabelecido que os atendimentos de urgência estarão garantidos a população. Confira o que diz a nota enviada pelo sindicato:
“Além de todos os problemas nas negociações direta com a empresa, os Gestores dos Hospitais Universitários estão submetendo a classe trabalhadora a um ambiente hostil, na qual não respeitam as conquistas dos acordos coletivos anteriores e a carga horária semanal de trabalho, tendo também um alto índice de assedio moral e discriminação entre Empregados Públicos (celetistas) e Servidores (RJU), onde para os celetistas a gestão nega declarações de trabalho, impedindo que esses empregados possam dar continuidade aos estudos (graduação, mestrado e doutorado), além de vários favorecimentos a servidores como escala 12×36 e algumas vezes plantões de 24 horas seguidas, folgas aos finais de semana, folgas nos pontos facultativos e feriados, livre escolha ao local para exercerem suas atividades.
Solicitamos a compreensão da sociedade para esse momento delicado, esses trabalhadores que desenvolvem suas atividades curando e salvando vidas estão adoecendo nos seus locais de trabalho. É necessário que os trabalhadores estejam sadios para que possam prestar um atendimento de excelência a saúde da população, mas a verdade é que o próprio ambiente de trabalho está acarretando patologias físicas e psicológicas para aqueles que tem por obrigação cuidar.
Os empregados da EBSERH lamentam os transtornos que poderão ser causados, mas a greve deflagrada nacionalmente é um grito de socorro para que as autoridades possam olhar com mais respeito e dignidade para essa classe trabalhadora que se doa diariamente para oferecer saúde, mesmo com falta de estrutura, equipamentos e insumos.
Estados que decretaram greve: Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Piauí, Mato Groso do Sul, Pernambuco, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Sul. Estados que ainda irão votar: Paraíba, Espirito Santo, Alagoas e Mato Grosso.
Gostaríamos de chamar atenção para o fato de que a maior parte dos problemas dos trabalhadores da EBSERH do RN,estão diretamente associados a gestão local, haja vista que as chefias são na grande maioria, formados por Servidores da UFRN cedidos a EBSERH.”
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