A cidade de Currais Novos (RN) sediará na próxima quarta-feira (07) a instalação do Programa Regional de Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Energia do Seridó́ (“Seridó́ Solar”), que visa a criar e organizar ambientes favoráveis ao investimento na geração de energia a partir das fontes renováveis – solar e eólica.
A iniciativa do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) em parceria com o Sindicato das Empresas do Setor Energético do Estado do Rio Grande do Norte (SEERN) e entidades parceiras nacionais e regionais começará a apresentar às lideranças governamentais, empresariais e rurais da região do Seridó em reunião ordinária da Associação dos Municípios do Seridó Oriental (AMSO) e da Associação dos Municípios do Seridó do RN (AMS), e prosseguirá com outras reuniões ao longo da semana, em Caicó e em Currais Novos.
Na região do Seridó, o potencial de geração de energia mais conhecido é o vento da Serra de Santana, na qual foram instaladas algumas dezenas de parques eólicos, com centenas de turbinas (aerogeradores). “Hoje, a Serra de Santana é uma das principais regiões produtoras de energia do Estado, juntamente com a região do Mato Grande e o Litoral Norte potiguar”, explica Darlan Santos, diretor setorial de energia eólica do CERNE.
Quanto à radiação solar, não chega a ser novidade para o seridoense de que se trata de um elemento abundante no seu dia a dia. No entanto, só recentemente é que o desenvolvimento tecnológico e a evolução do cenário energético global e nacional vêm fazendo do recurso solar uma fonte de energia cada vez mais competitiva.
“Há séculos o homem faz uso do calor e da luz do sol para inúmeras atividades mas, recentemente, os esforços dos países para sair da dependência do petróleo fizeram com que tecnologias para utilização de fontes renováveis se tornassem cada vez mais viáveis e acessíveis”, explica Luis Carlos Cheracomo, coordenador de área na divisão de Geração Solar Distribuída da ENGIE, uma das maiores empresas de energia do mundo, com presença em mais de 70 países.
Cadastro de Terras
Uma das iniciativas preliminares é o mapeamento das áreas com potencial energético, ou seja, áreas cujos proprietários desejam saber se serviriam ou não para a instalação de grande porte.
O site www.cadastresuaterra.com.br já permite submeter terrenos e propriedades que ficam diretamente disponíveis à consulta por parte das mais importantes empresas do setor. “É um cadastro simples, que permite que um empreendedor ou corporação energética visualize e analise uma propriedade sem necessariamente visitá-la, desde a sua sede em qualquer lugar do mundo. Mas é importante que o preenchimento seja feito com atenção especial quanto às coordenadas geográficas do terreno”, detalha o gestor de projetos do CERNE, Paulo Henrique Macedo, também ex-Secretário de Estado do Desenvolvimento Agrário à época da consolidação do setor no RN.
Mas há desafios a enfrentar como a logística de escoamento da energia (as linhas de transmissão e subestações de coleta). Para isso, o CERNE defende que a região precisa mobilizar suas lideranças e pressionar diretamente tanto o governo estadual quanto federal ao longo dos próximos dois anos, pelo menos. “O trabalho começa agora, mas os resultados efetivos só podem ser esperados a médio prazo, pois o planejamento do setor é feito em Brasília e as prioridades existem em todo o Brasil. Basicamente, quem pressiona mais, leva”, conclui o coordenador.
CERNE
O CERNE é uma entidade civil empresarial que reúne as principais empresas que investem e operam nos setores relacionados a recursos naturais e energia renovável no Nordeste.
“Somos hoje o estado líder nacional em parques eólica e potência instalada, em geração eólica efetiva e em exportação de energia eólica para o sistema nacional, graças ao processo de preparação que organizamos desde o início da nova era dos leilões federais de energia em 2008”, explica o diretor-presidente do CERNE, Jean-Paul Prates, que foi Secretário de Energia do Estado entre 2007 e 2010, quando liderou o movimento de atração de investimento em energia eólica para o RN.
Os diretores e técnicos do CERNE organizaram o Programa Seridó Solar em três frentes: a primeira diz respeito à chamada geração centralizada, que são os grandes empreendimentos destinados a gerar energia para o sistema integrado nacional. A segunda e a terceira frentes dizem respeito às ações e projetos de geração distribuída, ou seja, a micro e minigeração realizadas pelos próprios consumidores finais.
“O CERNE conta com uma equipe muito competente, ética e apoiada pelas principais marcas do setor energético mundial e nacional, por isso temos a certeza de que é possível desenvolver o potencial energético do Seridó de forma inteligente, eficiente e sustentável, gerando renda local e postos de trabalho qualificados”, assegura André Medeiros, empresário local e coordenador regional do Seridó Solar.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.