O Rio Grande do Norte é o quarto estado brasileiro em quantidade de cavernas. O município de Felipe Guerra, na região Oeste, concentra boa parte delas e a prefeitura pretende realizar uma exploração turística sustentável nas estruturas. Para ajudar nesse processo, Senador Jean montou um grupo com arquitetos e outros especialistas, além de autoridades locais, para debater o tema e levar ideias à gestão municipal da cidade.
O biólogo potiguar Diego de Medeiros, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e coordenador da base do Rio grande do Norte do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, realiza estudos na região e também está no grupo de discussão criado por Jean. Diego é mestre em Ciências Biológicas e doutor em Sistemática e Evolução.
Ele explica que há algum tempo tem mantido contato com a Prefeitura de Felipe Guerra, além de Idema e outros órgãos parceiros, para produção do “Plano de Manejo Espeleológico” no Lajedo do Rosado. Trata-se de um documento técnico que levanta dados sobre as cavernas, para orientar a exploração do local com o mínimo de impacto ao meio ambiente e o máximo de segurança aos visitantes. O Plano também dá permissão legal para a utilização das cavernas.
Diego de Medeiros conta que o local conhecido como Lajedo do Rosado, em Felipe Guerra, tem mais de 70 cavernas das mais de 350 presentes no município. “É a maior concentração de cavernas do estado e uma das maiores do Brasil”, afirma o biólogo. Segundo ele, do total dessas cavernas, três estão com os estudos avançados para a obtenção do Plano de Manejo: a Carrapateira, a Catedral e a Crotes. A expectativa é de que se consiga essa autorização de uso no ano que vem.
A pedido do prefeito e vice eleitos da cidade, Salomão Gomes e Ubiracy Pascoal, Jean Paul montou um grupo para debater como essas estruturas podem ser exploradas turisticamente. “A região tem cavernas incríveis e pode se tornar um local de visitação. Vamos ajudar a prefeitura de Felipe Guerra a pensar como isso pode ser feito”, acrescenta o parlamentar.
O biólogo Diego de Medeiros reforça que, por questões ambientais, atividades econômicas mais nocivas ao meio ambiente são proibidas por lei em locais com essas estruturas. Portanto, de acordo com o cientista, o turismo sustentável é a alternativa para os Municípios detentores de cavernas conseguirem uma maneira de arrecadar com esses espaços.
“Além de ser bom para a economia do Município, será mais um atrativo para o turista que vem ao Rio Grande do Norte e pros próprios potiguares”, argumenta Senador Jean.
Números
O Rio Grande do Norte reúne mais de 1.200 cavernas das cerca de 20 mil cadastradas no Brasil atualmente. “É o quarto estado com a maior quantidade. São cavernas com algumas centenas de milhares de anos”, atesta Diego de Medeiros. Ainda de acordo com o biólogo, mais de mil dessas cavernas ficam na região Oeste potiguar.
“Nessa região, dois municípios se destacam: Baraúna, onde temos hoje o Parque Nacional da Furna Feia, e Felipe Guerra”, detalha. Diego afirma que Felipe Guerra tem cerca de 350 cavernas. “E várias dessas têm potencial para o espeleoturismo (turismo de aventura que explora cavernas) e também potencial científico”.
O biólogo adianta que outros estudos seguem em andamento no Lajedo do Rosado, com o objetivo de liberar mais cavernas para a exploração sustentável.
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