Rio Grande do Norte

Sebrae aponta que 22% dos pequenos negócios do RN demitiram durante pandemia

A crise financeira imposta pelas medidas de afastamento social e restrições na circulação de pessoas em ambientes coletivos desafiou o segmento dos pequenos negócios do Rio Grande do Norte a se reinventar para se manter no mercado. Um levantamento feito pelo Sebrae com pequenas empresas exclusivamente potiguares comprovou que 52,3% desses empreendimentos no estado foram obrigados a modificar a forma de operação para continuar funcionando depois da publicação dos decretos com as medidas de prevenção ao contagio do novo coronavírus (Covid-19). Mas afirmam que só conseguem manter as operações nessas condições por mais 28 dias.

As empresas tiveram principalmente que reduzir o horário de funcionamento e também passar a operar apenas com as entregas e vendas pela internet. Também adotaram o teletrabalho, o rodízio de funcionários ou implantaram o sistema de drive thru, pelo qual o cliente pega a mercadoria no estabelecimento sem sair do veículo.

O levantamento foi realizado na semana passada, entre os dias 21 e 25, e ouviu 361 empresários, entre Microempreendedores Individuais (MEI) e donos de microempresas e empresas de pequeno porte, de 26 segmentos distintos da economia. O índice de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento foi conduzido pelo Núcleo de Inteligência de Mercado do Sebrae no Rio Grande do Norte e constatou que o índice de pequenas corporações que fecharam de vez não chegou a 2% e aquelas que não mudaram o modelo de funcionamento totalizam 17,1%. A maioria que interrompeu o funcionamento – mais de 70% – foi para atender a determinação do governo de deixar abertos apenas os serviços prioritários e somente para 29,5% baixar as portas foi uma decisão avaliada pela gestão da empresa.

“Cerca de 50% das empresas pesquisadas falaram que perderam os seus clientes, ou seja, não tem demanda. Isso reduz recursos na empresa. Esses empresários não vão ter dinheiro e precisarão de crédito”, comenta o coordenador da pesquisa, Paulo Bezerra, sobre os reflexos da crise. Na visão do analista do Sebrae, houve uma estagnação do consumo, com alta apenas dos segmentos de alimentação e saúde.

“O consumo praticamente parou e as necessidades principais hoje são nas áreas de alimentação e saúde. Segmentos que até então estavam em alta, como beleza, estética e moda, passaram a ser atividades secundárias. As empresas também terão de adotar de vez o digital. Não dá para comercializar neste momento sem estar na internet”, ressalta.

Sebrae aponta que 22% dos pequenos negócios do RN demitiram durante pandemia

A pesquisa também ratificou a dificuldade financeira em que se encontram os pequenos negócios no Rio Grande do Norte. 88,3% dos empreendimentos de pequeno porte verificaram uma redução no faturamento mensal depois do advento do coronavírus. E o déficit nas caixas registradoras não é baixo. A redução média de receitas é superior a 67% quando comparado ao que era faturado em períodos antes da crise. O impacto foi maior entre os MEIs e os proprietários de empresas de pequeno porte – aquelas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões.

Demissões

O Sebrae verificou ainda os reflexos da crise no quadro de funcionários dos pequenos negócios, que tiveram de se virar para manter o nível de empregados. Segundo a pesquisa, 78% das 235 empresas ouvidas e que tinham pessoas empregadas não demitiram. No entanto, tomaram medidas, como dar férias coletivas (29,7%), suspensão do contrato de trabalho (20,4%) ou redução da jornada de trabalho com redução de salários (15,7%).

Já 22% tiveram de dar as contas dos colaboradores – uma média de quatro empregados por negócio. Porém, 71% desses empreendedores pretendem recontratar o corpo funcional depois da crise. Pela pesquisa, as demissões foram mais frequentes em empreendimentos do setor industrial (35,7%) do que no comércio e serviços – setores mais afetados com as medidas de restrição – com taxas de 15,1% e 12,2% respectivamente.

Em relação ao crédito, a sondagem mostrou que somente 14,1% dos empresários do Rio Grande do Norte buscaram empréstimos, principalmente para quitar as contas (21,2%) e pagar a folha de funcionários (21,2%). Em média, os empréstimos solicitados giraram na ordem de R$ 68 mil. Desse contingente de empresas em busca de crédito, somente 29,4% conseguiu o recurso. Os demais ou voltaram sem o dinheiro (33,3%) ou ainda estão aguardando uma resposta da instituição financeira (37,2%). O Banco do Brasil foi o mais procurado pelos empreendedores pesquisados, seguido do Banco do Nordeste e depois a Caixa.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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