O governo do Rio Grande do Norte anunciou nesta sexta-feira (1º de julho) que vai reduzir para 18% a alíquota de ICMS cobrada sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica e comunicações. De acordo com a Secretaria Estadual de Tributação (SET), um decreto será publicado no Diário Oficial do Estado com a regulamentação da Lei Complementar Federal 194/2022, que determinou a redução das taxas.
A Lei Complementar 194/2022, que limita a 18% a cobrança do imposto em combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 23 de junho. O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou o pagamento de uma compensação financeira para estados, que terão perda de arrecadação.
A redução do ICMS é uma tentativa de diminuir o preço dos combustíveis na bomba. Na semana passada, o preço médio da gasolina comum chegou a R$ 7,89 no RN, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Atualmente, a alíquota praticada no Rio Grande do Norte é de 29% sobre combustíveis como diesel e gasolina.
Preço médio dos combustíveis
Além de reduzir a alíquota de ICMS para 18%, o Estado terá de mudar a base de cálculo de gasolina, diesel e gás de cozinha, por força de uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro decidiu que, agora, os estados deverão aplicar as taxas sobre a média dos últimos cinco anos dos valores dos combustíveis. Com isso, o RN vai cobrar 18% de ICMS sobre um preço médio da gasolina de R$ 4,96 – nas bombas, atualmente a gasolina custa R$ 7,89 no Estado.
“Essas medidas devem impactar na casa de R$ 90 milhões por mês em arrecadação do ICMS. O Governo espera que efetivamente essa medida chegue a reduzir os preços dos combustíveis nas bombas, beneficiando a população“, afirma o titular da SET/RN, Carlos Eduardo Xavier.
Gás de cozinha
No caso do gás de cozinha, a alíquota do ICMS não será alterada, porque o percentual cobrado já é 18%. Mas o valor do imposto cobrado vai cair porque o preço médio do botijão irá baixar de R$ 105,04 para R$ 76,18 (média dos últimos cinco anos). Com isso, a parcela recolhida pelo governo estadual deixará de ser R$ 18,91 para R$ 13,72 por botijão – uma queda de R$ 5,19.
Conta de luz
Já com relação à conta de luz, o ICMS vai cair dos atuais 25% para 18% em todas as faturas cujo consumo seja superior a 300 KWh no mês. Além disso, o Estado deixará de cobrar ICMS sobre um dos índices que compõem a tarifa de energia. Sairá de 25% para 0%. Neste caso, a Secretaria de Tributação não calculou o impacto aos cofres do Estado.
Ação no STF
O Rio Grande do Norte vinha sendo cobrado para fazer a redução do ICMS. Na semana passada, o Estado se juntou a outros e ingressou com ação no STF para anular os efeitos da lei. Na ação, os governadores afirmam que a lei representa um intervencionismo sem precedentes da União nos demais entes subnacionais, por meio de desonerações tributárias. Eles acusam o governo de querer resolver o problema da espiral inflacionária no País com um truque de “passe de mágica”.
“O truque a ser tirado da cartola não é um coelho, mas uma bomba prestes a explodir no colo de Estados, DF e municípios”, diz o texto.
Confira a nota:
“Sobre a implementação da Lei Complementar Nº 194/2022 no Rio Grande do Norte, a Secretaria Estadual de Tributação (SET-RN) informa que a legislação será regulamentada, de forma equiparar as alíquotas de ICMS incidentes sobre as operações com combustíveis, gás natural, energia elétrica e comunicações à alíquota geral vigente no RN. Será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) um decreto estadual, promovendo a adequação, em caráter extraordinário, de forma a permitir a regulamentação da aplicação da alíquota de 18% sobre os referidos produtos e serviços no estado. A redução de alíquota se dará a partir da vigência da referida Lei Complementar. Ou seja, terá efeito retroativo a partir de 23 de junho.“
Secretaria de Tributação do Rio Grande do Norte
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