Rio Grande do Norte
Tendência

RN é o único no Nordeste com mais carteiras assinadas que dependentes do Bolsa Família

Em 12 das 27 unidades da Federação, no entanto, a quantidade de beneficiários ainda supera a de trabalhadores com carteira assinada.

Dados atualizados de agosto de 2024 indicam que, em 12 estados brasileiros, o número de beneficiários do Bolsa Família ainda é maior do que o de empregados com carteira assinada. No entanto, no Rio Grande do Norte, essa realidade mudou, tornando-se o único estado do Nordeste onde o número de trabalhadores formais superou o de famílias que recebem o benefício.

Essa transição reflete uma tendência nacional de recuperação do mercado de trabalho formal, que vem sendo observada desde o início de 2023, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com as revisões no cadastro do Bolsa Família, promovidas pelo governo, e a criação de novos empregos, o número de beneficiários do programa social tem diminuído em relação aos empregos formais.

Em 12 das 27 unidades da Federação, no entanto, a quantidade de beneficiários do Bolsa Família ainda supera a de trabalhadores com carteira assinada. O Maranhão (MA) apresenta o caso mais crítico, com 1.224.032 beneficiários contra 659.163 trabalhadores formais, uma diferença de 564.869 pessoas a mais recebendo o benefício. Já no Pará (PA), são 1.349.516 beneficiários para 985.868 empregados, enquanto na Bahia (BA), a diferença é de 323.125, com 2.133.391 trabalhadores e 2.456.516 beneficiários.

Mudança no Rio Grande do Norte

No Rio Grande do Norte, um dos estados com maior dependência do Bolsa Família até então, a recuperação econômica permitiu uma reversão dessa situação. Com 500.089 beneficiários contra 528.261 empregados com carteira assinada, o estado agora conta com 28.172 trabalhadores formais a mais do que famílias que recebem o auxílio do governo.

Isso representa uma mudança importante no cenário regional e destaca o RN como um ponto de recuperação no Nordeste, uma região que tradicionalmente tem uma alta dependência de programas sociais.

UFBeneficiários do Bolsa FamíliaEmpregos com Carteira AssinadaDiferença (Benefícios – Empregos)
MA1.224.032659.163564.869
PA1.349.516985.868363.648
BA2.456.5162.133.391323.125
PI595.844363.889231.955
PB667.588507.458160.130
AM656.316546.636109.680
AL533.819448.02685.793
PE1.575.1881.500.45974.729
CE1.460.1641.397.51362.651
SE377.163336.19940.964
AP122.35993.94328.416
AC131.983110.05121.986
RR78.73080.835-2.105
RN500.089528.261-28.172
TO157.095258.716-101.621
RO132.412295.935-163.523
MS207.074682.053-474.979
ES308.386905.981-597.595
MT258.379969.992-711.613
DF180.1641.002.416-822.252
GO508.3441.596.007-1.087.663
RS685.8802.826.324-2.140.444
RJ1.643.6713.858.826-2.215.155
SC233.6612.577.821-2.344.160
PR615.7803.228.973-2.613.193
MG1.589.4274.959.208-3.369.781
SP2.517.22114.364.301-11.847.080
Fontes: Caged (série com ajustes) e Sagicad (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome)

Em contraste, estados como Roraima (RR), Mato Grosso do Sul (MS), Espírito Santo (ES) e São Paulo (SP) têm mais empregos com carteira assinada do que beneficiários do Bolsa Família. São Paulo destaca-se como o estado com a maior diferença: são 14.364.301 trabalhadores formais contra 2.517.221 beneficiários, o que representa 11.847.080 trabalhadores a mais.

Tendência nacional

A relação entre emprego formal e beneficiários do Bolsa Família no Brasil tem passado por mudanças significativas desde o início do governo Lula. Em janeiro de 2023, o número de beneficiários correspondia a quase metade dos trabalhadores formais no país.

Em agosto de 2024, essa proporção caiu para 44%, evidenciando a recuperação do mercado de trabalho e a diminuição do número de beneficiários, impulsionada pelo pente-fino realizado nos cadastros do programa.

Apesar dessas mudanças positivas, estados como Maranhão, Pará e Bahia ainda enfrentam grandes desafios em equilibrar o número de empregos formais com a dependência do Bolsa Família. No Maranhão, a relação é particularmente crítica, com quase o dobro de famílias recebendo o benefício em comparação ao número de trabalhadores formais.

Nordeste e responsavel por 31 dos empregos gerados no pais
Nordeste é responsável por 31% dos empregos gerados no país – Foto: Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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