Com o avanço das energias renováveis e do conceito de indústria 4.0, as profissões transversais e ligadas à tecnologia estarão entre as mais buscadas nos próximos cinco anos no Rio Grande do Norte. Neste período, o estado tem o desafio de qualificar 85.901 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento. É o que mostra o Mapa do Trabalho Industrial 2019 e 2023, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e publicado nesta segunda-feira (30).
O estudo se propõe a subsidiar a oferta de cursos da instituição, como também a apoiar jovens na escolha da profissão e trabalhadores que desejam se recolocar no mercado. As ocupações têm em sua formação conhecimentos de base industrial e por isso são oferecidas pelo SENAI, mas os profissionais podem atuar em qualquer setor da economia.
O Mapa mostra que no topo do ranking por áreas que mais vão demandar a capacitação de profissionais com formação técnica no Rio Grande do Norte estão as chamadas transversais (3.203), ocupações compreendidas como aquelas cujos profissionais estão aptos a trabalhar em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção, pesquisadores e desenvolvimento. Seguido por energia e telecomunicações (2.017), metalomecânica (1.833), construção (1.507) e informática (1.493).
O diretor regional do SENAI-RN, Emerson da Cunha Batista, analisa que o fato do Rio Grande do Norte ter forte atuação nos segmentos de energias renováveis, com a liderança na geração de energia eólica no país e potencial de crescimento exponencial com a energia solar fotovoltaica reflete no fato de as duas áreas com maior demanda de formação técnica ser a de profissionais transversais e de energia e telecomunicação. Com as ocupações industriais de Técnicos em eletricidade e eletrotécnica e Técnicos em eletrônica liderando a demanda.
“Com a ascensão da indústria de energias renováveis, seja ela solar ou eólica, no estado, estão ligadas diretamente com essas áreas transversais. Porque não é só a instalação de painel solar fotovoltaico, há toda uma rede ligada que interfere e demanda profissionais qualificados. Construção civil não é apenas levantar prédio, há o estudo da acústica instalada nas paredes, da térmica de ambientes, do uso de sensores na parte elétrica para reduzir ou eliminar fiação”, explica ele.
Para 2020, o SENAI-RN tem previsão de 31 mil vagas para matrículas em cursos de educação profissional nas mais diversas áreas de atuação. “Tudo isso requer conhecimento, que deve ser começado o quanto antes para que esses profissionais estejam formados, nesses cinco anos, para atender a indústria e demais áreas que vão precisar deles. E começar hoje”, completa. Os cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio.
Entre as áreas com maior demanda por trabalhadores com cursos de qualificação estão confecção e vestuário, metalmecânica – área que deverá ter um acréscimo com a retomada do crescimento econômico -, além de construção, logística e transporte. E entre as ocupações estão operadores de máquinas para costura de peças do vestuário, padeiros e confeiteiros.
“O SENAI-RN dispõe em suas unidades, em Natal e interior, de cursos que atendem todas as áreas apontadas no mapa. Inclusive com formação e oferta de cursos também por demanda, quando temos listas de espera. Temos cursos nas áreas de construção, confecção, alimentos, panificação, energias, metalmecânica, entre outros, com padrão de excelência e certificação”, lembra o diretor.
Já em nível superior, segundo o Mapa, as áreas de gestão, informática e construção serão as que mais vão precisar qualificar profissionais no período de 2019 a 2023, no estado potiguar.
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