Em um evento realizado nesta terça-feira (10) para anunciar a retomada segura do turismo no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a diplomacia pode não ser suficiente no embate em relação à proteção da Amazônia. A declaração foi direcionada indiretamente ao presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que ameaçou levantar barreiras comerciais contra o Brasil para interromper a “destruição da floresta”.
“Assistimos há pouco aí um grande candidato à chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil”, disse.
“E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto? (ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo). Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem o que nós temos”, completou.
O imbróglio entre Jair Bolsonaro e Joe Biden começou durante debate na campanha presidencial norte-americana, quando Biden disse que a floresta tropical do Brasil “está sendo destruída” e propôs reunir outros países para garantir 20 bilhões de dólares para a preservação da Amazônia.
“Aqui estão 20 bilhões de dólares. Parem de destruir a floresta e se não pararem, então enfrentarão consequências econômicas significativas”, disse o democrata.
Vale lembrar que, mesmo após Biden ser declarado vitorioso nas eleições dos EUA, Bolsonaro, aliado fervoroso do republicano Donald Trump, ainda não o reconheceu como presidente eleito. Isso porque Trump ainda contesta o resultado alegando que teria havido fraude no processo eleitoral.
Bolsonaro ainda destacou que o Brasil tem que se fortalecer. “E como nos fortalecer? Liberando a economia, livre mercado. Dando liberdade para quem quer trabalhar, não enchendo o saco de quem quer produzir”, afirmou.
O presidente disse que a chance de mudar o país é agora e sugeriu não ser possível aparecer um líder até as eleições de 2022, a não ser que seja na base de muito dinheiro e “comprando um montão de coisa por aí”.
“Não teremos outra oportunidade. Não teremos um líder feito no prazo de dois anos, não vai aparecer, a não ser em cima de grana, aí aparece, comprando um montão de coisa por aí, em especial os marqueteiros. Fora isso, não terão outro líder em tão curto espaço de tempo e a chance de mudar é essa”, afirmou.
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