Albatrozes e tartarugas marinhas, apesar de serem espécies diferentes, enfrentam uma ameaça em comum: a pesca de espinhel, modalidade industrial que visa peixes com alto valor comercial, como o atum. Quando os animais interagem com a pesca na tentativa de se alimentar das iscas, podem acabar capturados acidentalmente e mortos. Com o objetivo de aprender as técnicas de manejo adequado de tartarugas marinhas para treinar pescadores na nova base avançada em Natal, o Projeto Albatroz participou de uma capacitação com a equipe do Projeto Tamar, ambos patrocinados pela Petrobras, no final de junho.
A atividade ocorreu na sede do Projeto Tamar em Ubatuba (SP) e contou com a orientação do biólogo Bruno Giffoni. A equipe de técnicos do Projeto Albatroz aprendeu a utilizar a ferramenta ‘de-hooker’, que facilita a liberação dos anzóis das tartarugas marinhas na água e também capturadas a bordo dos barcos pesqueiros. O ‘de-hooker’ permite uma soltura mais rápida e descomplicada das tartarugas durante o recolhimento dos anzóis.
De acordo com a bióloga e técnica responsável pela base de Natal do Projeto Albatroz, que deve ser inaugurada no segundo semestre, o manejo correto das tartarugas capturadas por acidente pelos barcos de pesca aumenta a taxa de sobrevivência desses animais. “Se a tartaruga capturada for liberada rapidamente com ajuda com ‘de-hooker’ e estiver em boas condições de saúde, pode voltar ao mar com ajuda dos pescadores”, explicou.
Para dar início ao trabalho com os pescadores de Natal, o Projeto Tamar disponibilizou três equipamentos ‘de-hooker’ ao Projeto Albatroz: dois com ganchos curtos, para liberação dos animais a bordo, e um gancho com extensor, para liberação na água.
Os parceiros da Rede Biomar também disponibilizaram material de apoio para auxiliar na identificação das tartarugas marinhas a bordo dos cruzeiros de pesca.
Frota pesqueira em Natal
A nova base do Projeto Albatroz na capital do Rio Grande do Norte tem o objetivo de monitorar a captura incidental das aves marinhas que interagem com a pesca e também apoiar o Projeto Tamar na sensibilização dos pescadores sobre o manejo correto das tartarugas marinhas, encontradas com facilidade na região.
Em parceria com a empresa Atuneira Nacional e a Aliança do Atlântico para o Atum Sustentável, os biólogos do Projeto Albatroz vão realizar atividades de educação ambiental e treinamento para uso das medidas mitigadoras da captura incidental de aves oceânicas e tartarugas marinhas.
“A instalação da nossa primeira base avançada no Nordeste é uma grande conquista, porque poderemos trabalhar com instituições, pescadores e empresas pesqueiras parceiras que querem, assim como nós, conservar essas espécies que fazem parte do dia a dia do trabalho em alto-mar. É uma honra poder contar com o apoio dos nossos amigos do Tamar nesta etapa”, afirmou Tatiana Neves, fundadora e coordenadora geral do Projeto Albatroz.
A inauguração oficial da nova base acontecerá em julho.
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